Segundo informações do infectologista Antônio Bandeira, que acompanha casos de uma doença que causa dor muscular intensa e urina preta em um hospital particular de Salvador, a enfermidade pode ser causada por um vírus ou por uma toxina presente em peixes de água salgada, por conta de relatos de pacientes que apresentaram sintomas. Em um dos casos mais graves, a doença causou insuficiência renal.

Durante entrevista ao JN Bahia, o especialista afirma que, no Amazonas, a toxina já foi identificada no peixe de água doce “pacu manteiga”, que causa um quadro de sintomas semelhante.
Ele diz que já atendeu 12 pacientes com os sintomas até esta sexta-feira (16). Até a quinta-feira (15), eram nove casos.

Por outro lado, com a suspeita de que a doença misteriosa venha do consumo de peixes em Guarajuba, pescadores da região denunciaram ao jornal Correio, ambulantes que vendem pescado misturado com formol na praia. “Um grupo de seis pessoas compra peixe de má qualidade em Salvador e traz até aqui para vender aos turistas. Vendem em baldes com água e formol”, afirma o presidente da Associação de Pescadores de Guarajuba e Monte Gordo, Raimundo da Cruz.

Da acordo com pescadores e moradores de Guarajuba, os ambulantes utilizam táticas para fingir que o peixe está fresco. “Eles chegam em um balde. Aí mela ali na areia, molha no mar e diz que é pescador”, conta o líder comunitário Manoel Alves. “Eles chegam aqui (em Guarajuba) às 8h e saem às 16h, imagine a condição desses peixes”, completa Raimundo.

O presidente da associação de pescadores conta ainda que os vendedores mentem sobre a espécie dos peixes. A Associação tem uma peixaria, localizada ao lado dos restaurantes e barracas que funcionam na praia. Segundo Raimundo, os estabelecimentos compram os pescados nessa peixaria ou nas de Monte Gordo, distrito localizado do outro lado da rodovia.

Tanto seu Carlinhos, quanto os pescadores reclamam da falta de fiscalização por parte do poder público.

Comerciante em Guarajuba (Imagem do Correio)
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