Delegado João Uzzum, delegada Larissa Lage, tenente coronel PM Vanderval, subcomandante do Comando de Policiamento da Região Leste (CPRL), e o coordenador regional de Polícia Técnica, o perito odonto legal Celso Danilo Fonseca Vilas Boas. Foto: Divulgação Polícia Civil

O comerciante Gilson de Jesus Moura, de 49 anos, preso na madrugada desta sexta-feira (6) vai responder por cinco homicídios qualificados, duas tentativas de homicídios e um crime de aborto. Ele ateou fogo à casa onde morava com a família, provocando a morte de três de seus filhos, de 13, 9 e 8 anos, de uma enteada de 16, que estava grávida, e do filho dela de 1 ano. A mulher dele (que também seria sua irmã), mãe das crianças, e outra filha de 4 anos conseguiram sair do imóvel, no bairro Mangabeira, em Feira, e estão internadas com queimaduras graves.
O assassino foi capturado por uma guarnição da Polícia Militar, no Largo do Marajó, em Feira, quando se preparava para fugir. O veículo utilizado por Gilson na fuga, depois de provocar o incêndio, foi localizado primeiro, no bairro Santo Antônio dos Prazeres. A investigação conduzida pela 1ª Delegacia de Homicídios (DH) de Feira apurou que ele já havia vendido o carro para financiar a fuga e retornou à cidade para receber o pagamento.
O delegado João Rodrigo Uzzum, coordenador da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Feira), informou que Gilson premeditou o crime depois de uma discussão com a mulher, Ana Cristina de Jesus, 37, durante uma festa no fim do ano. Dezenas de familiares e vizinhos do conjunto habitacional, onde o casal morava e mantinha um bar, foram ouvidos ao longo da investigação e informaram que a relação dos dois era marcada por brigas violentas.

Gilson de Jesus Moura, de 49 anos.

Companheira já havia sido esfaqueada pelo agressor

Há dez anos, Gilson e Cristina chegaram a se separar depois que ele a esfaqueou nas costas, numa discussão por ciúmes. Depois da briga do Réveillon, o comerciante comprou cinco litros de gasolina e escondeu no imóvel. Na madrugada de quarta-feira (4), jogou gasolina nos filhos e na mulher e trancou a casa, fugindo para a cidade de Capim Grosso. Em seguida, ele disse ter ido para Jacobina e Irecê e retornado a Feira, na madrugada de hoje (6).
Ao ser apresentado à imprensa na sede da Polícia Civil, na Piedade, pelo delegado João Uzzum, pela delegada Larissa Lage, pelo tenente coronel PM Vanderval, subcomandante do Comando de Policiamento da Região Leste (CPRL), e pelo coordenador regional de Polícia Técnica, o perito odonto legal Celso Danilo Fonseca Vilas Boas, o comerciante assumiu a autoria do crime, apesar de alegar não se recordar dos fatos daquele dia.
Os corpos dos três filhos de Gilson, da enteada e dos filhos dela, mortos no incêndio, ainda aguardam identificação do Departamento de Polícia Técnica (DPT/Feira). Segundo o perito Celso Danilo, os familiares entregaram fotos e documentos que podem auxiliar na identificação das vítimas. “Caso não seja possível identificá-los por meio da arcada dentária, faremos exames de DNA”, explicou Celso, acrescentando que os exames nos corpos revelaram que as mortes foram causadas por ação do fogo e não apresentavam nenhum outro tipo de lesão.
A delegada Larissa Lage, da DH/Feira, informou que a polícia solicitou o mandado de prisão de Gilson à Justiça, o qual foi prontamente expedido, assim como o acompanhamento da conta bancária e das ligações telefônicas do acusado, para auxiliar na sua localização. O comerciante deverá ser recambiado para sistema prisional ainda nesta sexta-feira.

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