A Polícia Civil prendeu nesta terça-feira (25) o traficante acusado de participar da morte da menina Daiane Ramos dos Santos, de 8 anos. Ela foi baleada na cabeça durante uma troca de tiros entre traficantes, na localidade do Brongo, no bairro Pau Miúdo, em fevereiro deste ano.
João Carlos dos Santos Cardoso, 27 anos, conhecido como JC, já estava com a prisão decretada pela Justiça e é o segundo acusado de homicídios do Almanaque, criado pelo DHPP durante o carnaval, a ser preso em cinco dias. Ele será apresentado nesta quarta-feira (26) no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba.
Segundo a polícia, o criminoso foi capturado durante uma operação conjunta do Departamento de Narcóticos (Denarc), Rondesp/RMS da Polícia Militar e DHPP na localidade de Porto Santo, na Ilha de Vera Cruz. No momento da prisão, a polícia encontrou uma granada com o traficante.
Relembre o caso
Daiane Ramos dos Santos, de 8 anos, foi morta na noite do dia 14 de fevereiro na região do Brongo, no bairro de IAPI, durante uma troca de tiros entre traficantes que disputavam pontos de vendas de drogas na região. Ela foi socorrida pelos pais, com a ajuda de um vizinho, para o Hospital Ernesto Simões Filho, mas não resistiu e morreu.
João Carlos integra o grupo do traficante Dimas, que, apesar de preso no Complexo Penitenciário da Mata Escura, continua comandando o tráfico na área.
“Todos eles já têm a prisão preventiva decretada”. Além deles, um sexto suspeito é procurado. “Tivemos a informação de que o Júnior Mamãe também participou da ação que resultou na morte da menina”, declarou o major Carlos Humberto Moreira, comandante da 37ª Companhia Independente (Liberdade).
De acordo com o oficial, o grupo de Dimas entra em confronto constantemente com os líderes do Brongo: Cristiano, chefe da localidade do Murão, e Sem Dente, que foi preso no ano passado pela morte do menino Yuri, de 2 anos, em setembro do ano passado, e que controla a região chamada de Beira.
“A guerra entre eles já ceifou várias vidas, algumas sem ligação com a criminalidade”, declarou. Além do Milho e o Brongo, o IAPI tem a localidade de Floresta, cujas bocas de fumo são de domínio de Seu Perna.
Na época, familiares e amigos da menina realizaram protestos na cidade. Eles usaram pedras e queimaram pneus na Avenida de Barros Reis. “Minha filha foi assassinada à queima-roupa. Ela brincava na porta de casa, quando os bandidos desceram atirando; Como não tinham baleado ninguém, um deles olhou para ela e atirou. Minha filha pediu para não morrer, mas foi em vão”, declarou o pai de Daiane, Aldair.
Outra criança
Daiane foi a segunda criança a morrer no Brongo em cinco meses. No dia 26 de setembro do ano passado, o garoto Yuri Conceição Machado, de 2 anos, foi morto com um tiro na cabeça quando brincava na porta de casa.Na ocasião, quatro homens trocaram tiros na Rua Antônio Balbino e um dos disparos acertou a criança.
O pequeno Yuri, que brincava em um velotrol, se assustou com os tiros e tentou se esconder em uma escada, mas acabou atingido.No mesmo dia, moradores da região fecharam a 1ª Travessa Conde Porto Alegre em protesto contra a morte da criança. Cerca de 30 pessoas, entre parentes e vizinhos do garoto, queimaram galhos de árvore e entulho em um protesto contra a violência no bairro e exigindo justiça após a morte do garoto.
Acusado de matar o garoto Yuri, o traficante Luís Leandro Pinto de Jesus, o Caveirão, foi preso no dia seguinte, junto com os traficantes Zoi e Sem Dente, que também teriam participado do crime. Caveirão trocou tiros com soldados da 37ª CIPM e foi baleado na coxa esquerda.
Ele foi socorrido para o Hospital Ernesto Simões Filho. Quatro cúmplices do traficante entraram em confronto com policiais da unidade médica durante uma tentativa de resgate de Caveirão. Eles fugiram após a troca de tiros. *Correio.