A pedagoga Helem Moreira dos Santos, 28 anos, relatou a uma amiga, dois meses antes de ser assassinada a facadas pelo próprio marido, que o companheiro, o taxista Ângelo da Silva, 25, não aceitava o fim do relacionamento. “Terminei mas ele não aceita bem, fica ligando e vindo aqui”, afirmou ela, no dia 14 de abril, em conversa registrada pelo aplicativo WhatsApp. A pedagoga comentou, ainda, a necessidade de sair de casa.
“Isso está me deixando ansiosa, quero sair um pouco”, completou Helem. O desabafo foi feito à amiga Thiffany Odara, 27, que cedeu as conversas ao jornal Correio.
O crime aconteceu no dia 9 de junho, na Ilha de Vera Cruz. Em depoimento, Ângelo alegou ter matado a esposa após ter acesso a um vídeo íntimo de Helem com outro homem. De acordo com o titular da 24ª Delegacia (Vera Cruz), Geovane Paranhos, ele afirmou ter “perdido a cabeça” ao ver as imagens. “No vídeo não é possível ver o rosto do homem, mas ele garantiu que não seria ele. Durante o relato, disse que já estava desconfiado da atitude da esposa há algum tempo”, afirmou Paranhos.
O conteúdo do vídeo, segundo informou amigos próximos de Helem ao Correio, se tornou público em toda ilha.
De acordo com Mirela, Mirela Novaes, 35, também amiga da vítima, a viralização do vídeo foi pensada para causar comoção à população. “Acreditamos que ele tem alguma coisa a ver com isso. Se o caso for para juri popular, por exemplo, as pessoas tendem a considerar esse vídeo, porque nós vivemos em uma sociedade machista”, disse.