O Sindicato dos Professores da Rede Pública de Camaçari (Sispec) cedeu à pressão da Prefeitura Municipal e orientou os profissionais de educação a retornarem para as salas de aula. Oficialmente, a greve iniciada no dia 10 de agosto foi encerrada na noite desta segunda-feira (04), após assembleia geral realizada na Câmara Municipal de Camaçari. Na prática, porém, o debate sobre o retorno à sala de aula continua.

Embora a greve tenha sido oficialmente encerrada pelo Sispec, o fato da motivação ter sido uma determinação da Justiça e não o esperado consenso entre governo e educadores, causa uma divisão entre os membros da categoria. Alguns profissionais, indignados com a conduta da Prefeitura de Camaçari, decidiram manter-se afastados das salas de aula, mesmo sem o amparo do Sindicato. A nota do Sispec também faz referência à postura desses professores:

“Além do corte de salário, já efetivado, poderão sofrer ainda sanções disciplinares, considerando que a decisão declarou ilegal a greve, inexistindo, assim, qualquer amparo legal para sua ausência ao trabalho, que passa a ser uma decisão pessoal”, diz o texto.

Mesmo os que retornaram, em sua maioria o fazem com insatisfação. Na manhã desta terça-feira (05), uma professora, em conversa com o portal Bahia no Ar, declarou, diretamente do colégio onde trabalha: “Voltei, mas muito indignada. Imagina como fica nosso emocional retornando diante dessa situação”, disse.

Prefeito pede retorno – O prefeito de Camaçari, Antonio Elinaldo, falou sobre o fim da greve dos professores na manhã desta terça. “Peço aos professores que retornem, que cumpram a determinação da Justiça. Vamos continuar discutindo, dialogando, buscando um consenso”, afirma.

Greve Ilegal – O Sispec viu-se obrigado a acatar a orientação da Prefeitura de Camaçari, de encerrar o movimento grevista, após ser formalmente notificado sobre a ilegalidade da greve. Segundo informações de fontes ligadas ao governo municipal, o Sispec esquivou-se da notificação o quanto foi possível, mas a partir do momento que não puderam mais alegar o desconhecimento da determinação judicial, tiveram que repensar os próximos passos.

A liminar, além de qualificar a greve como ilegal, determina o retorno imediato dos professores aos seus postos de trabalho, sob pena de multa diária de R$10.000,00 (dez mil reais), a serem cobrados do Sindicato dos Professores. Em um trecho da nota divulgada pelo Sispec, lê-se: “Não resta outra alternativa à parte ré na ação, que é o SISPEC, senão dar cumprimento imediato à ordem judicial”.

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