A 10ª sessão ordinária deliberativa realizada nesta terça-feira (19), na Câmara de Vereadores de Camaçari, foi a mais longa e mais conturbada do segundo período legislativo até o momento. A presença de projetos de lei considerados polêmicos na ordem do dia foi o principal fator motivador do excesso de intervenções, suspensões temporárias e protestos que fizeram os debates adentrarem o turno vespertino, ultrapassando em duas horas a duração de costume (normalmente três horas).
Um dos Projetos de Lei apreciados pela Câmara que mais causaram alvoroço na plateia foi a autorização para a Prefeitura de Camaçari atualizar anual e automaticamente o piso salarial dos 78 professores do magistério que, até então, recebiam valor inferior ao mínimo sinalizado pelo Governo Federal. A aprovação do projeto tinha tudo para ser um motivo de comemoração da categoria, já que uma parcela dos seus profissionais finalmente terão o salário corrigido, mas a forma como o Projeto de Lei foi escrito gerou insegurança e desconfiança em relação a data base para reajuste, dando margem legal para a possibilidade de mudança de janeiro para maio.
Parte das cadeiras destinadas ao público foram ocupadas pelos professores, que fizeram questão de manifestar o descontentamento diante da rejeição, pela Casa Legislativa, dos consecutivos pedidos de alteração na redação do documento, feitos pelo Sindicato dos Professores da Rede Pública Municipal de Camaçari (Sispec) desde o mês de agosto. Alheios ao dejeso do Sispec, a Câmara aprovou o Projeto de Lei em segunda e definitiva votação por 15 pareceres favoráveis contra cinco rejeições (apenas a bancada de oposição votou contra).
No momento em que o presidente da Casa, o vereador Oziel (PSDB), divulgava a contagem dos votos, o presidente do Sispec, Jorge Freitas, chegou a fazer uma última tentativa para impedir a aprovação da medida, levantando-se e pedindo ao plenário o adiamento da votação, mas não obteve sucesso. Ao ver o Projeto de Lei oficialmente aprovado, vociferou: “vai sair caro politicamente pra vocês“.