A saúde de Camaçari passa por uma das maiores crises dos últimos anos, sai secretário, entra secretário e nada muda. Mas o problema não está no secretário e sim como esses secretários administram a saúde pública do município que é um dos mais ricos da Bahia. Postos fechados, falta de médicos, uma UPA que tem mais de um ano pronta, mas que por falta de pagamento ao empreiteiro ainda não está atendendo os pacientes. Já foram várias denúncias e até agora absolutamente nada foi feito para minimizar os problemas de famílias carentes que necessitam do atendimento. Talvez a excelente matéria do programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, explique o porquê da saúde de Camaçari estar falida.

Segundo a matéria, em 2012 o Governo Federal aplicou quase R$ 38 bilhões na saúde dos municípios brasileiros. Só para o atendimento básico, feito nos postos de saúde da família, serão R$ 16 bilhões até o fim deste ano. Os valores entram direto nas contas das prefeituras. E a maioria dos municípios prefere usar essa verba na contratação de cooperativas médicas e organizações sociais, para que estas se encarreguem do serviço de saúde.

Os jornalistas José Raimundo e Eduardo Faustin percorreram regiões do interior do Brasil para investigar se esse dinheiro está sendo bem gasto e se a população é atendida como merece.

Flagrante

Mário Luciano Rocha é diretor da Coopersaúde, que atua em 15 municípios da Bahia, dentre eles Camaçari e Candeias O repórter diz a Luciano que dispõe de R$ 750 mil mensais para a gestão de um hospital de porte médio. O diretor da cooperativa diz que dá para gastar menos e embolsar a diferença. Luciano: A gente sabe que dá para tocar isso com uns R$ 500 mil. Essa diferença você tem uma parte, dividiria com a gente uma parte da rentabilidade. O repórter pergunta, então, sobre a prestação de contas com a Receita Federal.

Repórter: Como é que fica essa questão fiscal de vocês? Isso é problema de vocês, né? Luciano: É nosso. Se incomode não que a gente tem mecanismo em relação a isso, empresas e tal. E o executivo garante que a propina chega ao gestor público 48 horas depois de a cooperativa receber a verba prevista em contrato.

Luciano: Em 48 horas, 72 horas. Repórter: E como seria esse repasse?

Luciano: Cash.

O PORTAL BAHIA NO AR tentou contato com o secretário de saúde de Camaçari, Vital Sampaio, mas não obteve sucesso.