A ex-vereadora e ex-vice-prefeita de Camaçari, Carmem Siqueira, popularmente conhecida como “Guerreira da Saúde”, decidiu tornar pública a situação em que se viu envolvida após confiar em alguém que, segundo ela, foi desleal e quis tirar vantagens políticas à custa dos esforços de outras pessoas.
Em entrevista concedida ao programa Bahia no Ar na manhã desta terça-feira (03), Carmem, fundadora da AHPIC – Associação Hospitalar Protetora da Infância e da Maternidade de Camaçari, entidade que sempre geriu diretamente o Hospital da Mulher de Camaçari (HMC), atualmente fora de operação, contou que a Doutora Cristiane Bacelar a procurou propondo parceria para reativar a unidade médica.
“A Doutora Cristiane Bacelar me procurou, dizendo que me ajudaria a reabrir o HMC. Em troca, ela queria que eu apoiasse a candidatura dela a deputada. Eu aceitei e ela procurou parcerias para que o hospital funcionasse e mediou o meu contato com a AMA – Associação de Mulheres Ativas. Firmamos um contrato de aluguel, mas só foram pagos os primeiros meses, sendo que já se passaram quase um ano. Agora, fiquei sabendo que iriam reinaugurar o Hospital da Mulher sem sequer me comunicarem”, contou Carmem, afirmando que se sentiu traída com a notícia.
A reação da ex-vereadora foi ir até o prédio onde funcionava o HMC e tentar impedir que a aparente “façanha ardilosa” se concretizasse. “Me usou e jogou pra lá. Eu ligava pra ela e ela não atendia, porque ela queria fazer tudo escondido”, disse Carmem, que desde domingo (1°) permaneceu no prédio, decidindo sair apenas hoje, após dois dias confinada nas dependências do prédio.
Em uma carta aberta, Carmem ainda descreve Cristiane Bacelar como oportunista. “A senhora Cristiane Bacelar, que legalmente não representa a AMA e pouco fez no sentido de encontrar uma solução pacífica para a crise, ao sentir-se incomodada com a possibilidade do empreendimento sair do seu rol de influência comercial e política, passou a agir de forma aleatória e isolada com claro objetivo de apoderar-se do projeto e colocá-lo a serviço dos seus interesses pessoais, mesmo sabendo que não possui nenhuma legitimidade para isto”, publicou.
Em outro trecho, Carmem afirma considerar Cristiane uma pessoa desequilibrada emocionalmente. “Para se ter uma noção do comportamento malicioso da Doutora Cristiane Bacelar, o qual denota também desespero e desequilíbrio emocional, vejam que a mesma, ao perceber que estaria perdendo o espaço que imaginava ocupar no projeto, se lançou numa cruzada midiática visando conquistar o apoio social e político da sociedade para pôr em funcionamento, de forma precária e improvisada, um empreendimento em que ela mesma foi a grande responsável por colocá-lo na condição inoperante”, escreveu.
A situação está sob judice e amanhã uma reunião entre Carmem e representantes da AMA podem esclarecer alguns pontos cegos e da história e resultar em uma decisão definitiva sobre a renovação do contrato de aluguel do prédio pertencente à AHPIC.