O clima atual do Vitória está bastante tranquilo. Há quatro jogos sem perder e sem sofrer gols e a 12ª posição na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, com 29 pontos, cinco a mais que o primeiro clube na zona de rebaixamento, fizeram muito bem ao Vitória.

Nesta quinta-feira, foi a vez do zagueiro Aderllan, um dos jogadores mais descontraídos do elenco, conversar com os jornalistas e retratar bem isso.

Aderllan lembrou na entrevista coletiva que o momento ruim do Vitória gerou zoação até do porteiro do seu condomínio.

“Tiravam tanta onda da minha cara. Agora, por exemplo, eu joguei contra o Fluminense, fiquei fora, agora entro novamente. É complicado também. O momento está bom, mas para quem está entrando a responsabilidade aumenta porque a equipe vem sem sofrer gols. É também difícil substituir quem vem jogando. Os porteiros do meu condomínio, todo dia eles baixavam as correntes [para eu entrar com o carro], aí eles falavam: “[O Vitória] está igual a essa corrente aqui. Só baixa. Cai e sobe”. Eu falava para ele que ia melhorar. E a gente manteve esse equilíbrio nesses quatro jogos e queremos seguir assim”, disse Aderllan.

Aderllan revela também que no momento ruim do Vitória chegou a se afastar das redes sociais por conta da zoação dos torcedores do Bahia.

“Até tem que tomar cuidado. Às vezes você se expressa aqui…E tem que tomar cuidado. Torcedores do Bahia me mandaram, encheram minha rede social. Fiquei 15 a 20 dias sem mexer porque tinham muitos comentários. Alguns descobriram meu número de telefone e ficavam falando: “E aí? Vai comer carne de segunda”. E é chato também. Infelizmente, no jogo contra o Palmeiras, foi um desastre. E agora tem que comer carne de primeira. Graças a Deus que o momento está bom e tomara que seja até o fim do campeonato”.

O jogo contra o Ceará é uma oportunidade para Aderllan tentar retomar o posto de titular na equipe do Vitória. E para falar do incômodo no banco de reservas, o zagueiro fez uma comparação com o apresentador Carlo Alberto de Nóbrega e provocou risos dos jornalistas na sala de imprensa.

“Ninguém vai falar que está feliz no banco de reservas. Só quem fica feliz é o Carlo Alberto de Nóbrega, da Praça é Nossa. É o único que fica 50 anos ali. Claro, eu vinha de lesão, o momento agora é bom, sem sofrer gols, e tenho a humildade de esperar o meu momento agora e trabalhar. A concorrência está grande. Não só [para] o Aderllan, mas outros jogadores. Por exemplo, o caso de Léo Ceará. André estava jogado, mas vem de lesão. O Léo fez dois gols. Que cara o professor vai chegar e tirar [o Léo Ceará]? Ia dar papo para vocês da imprensa. Eu estou ali. Claro, feliz, feliz, ninguém fica no banco. Mas estou para apoiar eles, Ramon e Lucas, que a gente conhece por Barata. Tem que trabalhar, para entrar novamente”, continua o zagueiro.

Questionado sobre a diferença do trabalho de Vagner Mancini para o de Paulo Cézar Carpegiani, Aderllan mudou o tom ao lembrar da primeira derrota do time sob o comando do novo treinador, diante do Palmeiras, no Barradão.

“A diferença somos nós jogadores. É um ciclo. Primeiro foram três ou quatro jogadores mandados embora, que os contratos estavam vencendo, depois o diretor, Mancini. E a gente sabia que depois da derrota para o Palmeiras, não fomos para a última posição, mas batemos no fundo do poço e tínhamos que dar a resposta. Falava para alguns companheiros meus que quando a gente bate no fundo do poço, você só tem como subir. Não tem como descer mais. O campeonato ia apertar. O pessoal falava que a sequência de jogos não era complicada, mas claro que era. Tivemos Atlético-MG, América-MG, Vasco, Flamengo e agora o Ceará, que vem em momento bom também. Sabemos que o Ceará em casa é forte, deu trabalho a todas as equipes grandes que passaram lá. E a gente vai com aquele sentimento de que temos que vencer e dar sequência nesse momento positivo, sabendo que vai ser um jogo difícil”, concluiu o defensor.

O Vitória encara o Ceará às 16h (horário de Brasília) deste sábado.

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