Além da derrota, o Leão viu encerrada a marca de três jogos seguidos sem sofrer gols no Barradão. Durante entrevista coletiva, o técnico Paulo Cézar Carpegiani reconheceu os vacilos defensivos da equipe.
“[Jogo] atípico, não. Vi um jogo com muita volúpia, jogo que nossa equipe em muitos momentos foi bastante ingênua, normal pela equipe jovem que nós temos. Acaba pagando o preço. Foi uma equipe, em um setor que sempre tivemos bem postado, a parte ofensiva… Foram todos. Não gosto de falar em nomes. Acabamos pagando um preço muito alto. A equipe foi, em muitos momentos, muito apressada. Pagamos o preço que infelizmente a gente paga. Se joga pra cima, cada contra-ataque perigoso, equipe exposta. Não foi uma equipe segura. Jogadas individuais do adversário que acabaram fazendo a diferença”, disse Carpegiani.
O treinador também falou sobre Neilton, que foi vaiado novamente pela torcida e substituído pelo treinador no segundo tempo.
“Não gostaria de especificar nome. É o nosso criador, organizador. Em função dele você forma sua equipe. Você coloca pelos lados jogadores que sejam velozes, tem que pisar na área, e o Neilton vem por trás. Não somente ele, alguns jogadores não rendem o suficiente e acaba pesando o contexto. Botafogo veio com uma proposta bem clara, que era jogar no contra-ataque na base da velocidade. Isso foi fatal para nossa equipe hoje. Foi um contexto todo, não somente o Neilton”.
O comandante reconheceu a inconsistência defensiva do Vitória na partida de hoje.
“Fica difícil explicar publicamente. Estou falando de uma forma geral que pagamos pela ingenuidade. Em muitos momentos fomos imaturos. Sabíamos que tinha uma equipe rápida do outro lado e, mesmo assim, propiciamos contra-ataques. Cada chute para frente era um contra-ataque perigoso. Hoje, de um contexto geral, que falara pra não tecer comentários demais da equipe, pagou o preço de uma derrota”.
Para finalizar, Carpegiani comentou o critério utilizado para manter Neilton no time e revelou que irá “repensar” o time ideal.
“Temos um elenco que está a minha disposição. Usar ou não é meu critério. Você insiste porque você acredita, e eu sou partidário, que você tem um jogador que pode ser decisivo, é o caso do Neilton. Quando as coisas não funcionam, talvez esteja dificultando. Não é somente Neilton. Tenho que repensar a equipe como todo. Gosto de equipes seguras, que sejam agressivas, que tenham o controle do jogo. Se eu não tenho isso, tenho que repensar a equipe novamente”.
Com esse resultado, o Vitória ocupa, momentaneamente, a 14ª posição na tabela, com 29 pontos, enquanto o time carioca tem 32 e ocupa a 11ª posição.
Foto: Maurícia da Matta/ECV