Numa semana de clássico, jogo decisivo para o Vitória que luta pela sua permanência na Série A do Campeonato Brasileiro, o assunto é outro: a repentina demissão do técnico Paulo Cézar Carpegiani, no início da tarde desta terça-feira. A explicação do ato venho veio pelo presidente do Vitória, Ricardo David. O dirigente rubro-negro concedeu coletiva na sala de imprensa da Toca do Leão e abordou as questões que o levaram a tal decisão.
“Não estava ocorrendo uma integração. Acompanhei isso de perto. Estive presente em todos os jogos, viajando, concentrando, acompanhando de perto os treinos. Em nenhum momento houve qualquer fato gerador. Vi algumas publicações, surgiram notícias de discussões de Neilton com o treinador. Neilton é um atleta de comportamento exemplar. Em nenhum momento houve uma ação individual. Afirmo isso com todas as palavras. O que aconteceu foi que começamos a observar que os resultados não aconteciam por essa falta de integração. O próprio Paulo Cézar me ensinou muito, me diz sempre que no futebol não é só técnica, é técnica e vontade. Percebemos a necessidade de oxigenar o elenco. Era preciso isso. Por algum motivo não estava acontecendo. Garanto aos torcedores. Tivemos uma reunião com toda a comissão técnica, com todo o elenco, foi renovado esse compromisso com a responsabilidade que o momento requer. Vocês vão perceber em termos de atitude, todos estão empenhados, sabem da responsabilidade dos próximos jogos, principalmente o Ba-Vi. Certeza que o torcedor encontrará uma atitude diferente, mais proativa com os interesses do que o Vitória realmente precisa nesse momento – disse o presidente.
A falta de motivação entre os jogadores foi destacada por Ricardo David como uma das principais razões para a demissão de Carpegiani. Na visão do presidente, era necessário tomar rápidas medidas enquanto houvesse tempo para evitar o rebaixamento, e manter, acima de tudo, a estabilidade entre o grupo de jogadores. Com a troca do comando técnico, o presidente afirma “ter feito sua parte”.
“Isso ocorre em qualquer grupo de pessoas. Pessoas têm preferências, por uma afinidade ou outra. É normal. Mas nada que represente um racha, nada que venha comprometer. Não tem nenhum problema cinco ou seis jogadores se darem mais, terem uma vida fora daqui. Tudo isso é normal. Importante é quando o grupo se junta. Percebemos que havia uma desmotivação. Creio, vou apostar, falei que fiz minha parte, mudei uma peça, entra um novo treinador da casa, pessoa jovem, com metodologia jovem, querendo aparecer no cenário, precisando da cooperação deles, sem nada pregresso de atitude com um ou outro. Pedi o apoio de todos e tive esse comprometimento. Volto a dizer, quero ver isso em campo”.
Paulo Cézar Carpegiani chegou ao Vitória na 19ª rodada com a missão de recuperar o time que beirava o Z-4. À época, o rubro-negro contava com a marca negativa de pior defesa do Brasileirão, e não tinha estabilidade no campeonato.
Nos primeiros jogos contra Palmeiras e Flamengo, duas derrotas, mas logo depois uma sequência de quatro jogos de invencibilidade. Quando as coisas pareciam caminhar bem, tudo desmoronou e o Vitória voltou a cambalear na Série A. Hoje a equipe ocupa a 17ª posição com 34 pontos. O histórico de Carpegiani no Vitória conta com sete derrotas, três empates e quatro triunfos, um aproveitamento de 35%.
O Ba-Vi do próximo domingo está marcado para às 16h (de Salvador), no Barradão. Ricardo David anunciou que todo o setor de arquibancada terá ingressos a preço promocional de R$ 10. Para deixar o Z-4, o Vitória precisa vencer o clássico e torcer contra o Sport e Ceará, que estão imediatamente acima da zona de rebaixamento.