Após um 2018 de declínio, com vários insucessos como: Vice-campeonato baiano, eliminação nas quartas de final da Copa do Nordeste, rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, o Vitória já está visando melhorar essa situação próxima tempora e a primeira peça contratada para 2019 foi o técnico Marcelo Chamusca, apresentado no fim da tarde desta segunda-feira, na Toca do Leão, com contrato válido até o fim de 2019.

Chamusca atende a um perfil que a diretoria rubro-negra anunciou como fundamental para 2019: conhecer a Série B. O treinador subiu o Ceará em 2017 e disputou a competição nesta temporada, pela Ponte Preta. Além de ter a devida noção do que espera o Vitória no próximo ano, ele conseguiu subir clubes em todas as divisões do futebol brasileiro, o que o levou a se autoproclamar o “legítimo rei do acesso”.

Falo brincando que não é nem o senhor dos acessos. Algumas pessoas me chamam de rei do acesso, mas digo que sou o legitimo rei do acesso porque consegui subir em todas as divisões. Mas não me sinto envaidecido por isso. Muito pelo contrário. Em todo lugar que vou, quando vou dar palestra, colocam esse êxito que sou o único treinador no Brasil que conseguiu. Para mim, isso aqui é um cartão de visitas para os jovens profissionais. Consegui crescer começando na Série D e chegando na Série A sem nenhum tipo de influência, mas só com a minha competição. Sou muito mais orgulhoso disso, servindo de exemplo aos jovens, que um dia como eu começaram com 27 anos, que qualquer outra situação. A gente mede as pessoas pelo seu currículo. Isso é notório. Quando tem currículo positivo, faz com que seja interessante inclusive para utilizar com os meus jogadores no vestiário. É um exemplo de sucesso para as pessoas possam seguir.”

O novo treinador rubro-negro se envolveu em uma polêmica para acertar com o clube baiano. Ele havia sido anunciado pelo Oeste no início da semana passada, mas voltou atrás e assinou contrato com o Vitória. Por meio de nota, o clube paulista afirmou que houve “falta de ética e o aliciamento de um técnico que estava empregado”.

“No lugar deles também ficaria [chateado]. Até certo ponto é interessante esclarecer. Como falei, já existia uma relação nossa com o Vitória. E essa relação, após o término do Campeonato Brasileiro, ela continuou. Houve conversas, mas não chegamos ao ponto de negociar. O Vitória é um clube que tem a liberdade de buscar os profissionais, e dentre esses profissionais meu nome estava na mesa. A gente tinha algumas tratativas, que não eram feitas por mim, mas pelo meu representante. Quando apalavrei com o presidente do Oeste, a quem peço desculpas publicamente, sei que a partir do momento que aceitei compromisso ele vai ter várias situações… Apesar de que fui dois dias apenas e a gente não sentou para planejar…A gente teve um espaço de tempo aonde houve um equívoco de comunicação, que fez com que eu apalavrasse onde tinha um representante conversando com o Vitória. A partir do momento que tivesse informação, e fiz a análise de todos os fatores positivos, ficou muito fácil [acertar com o Vitória]. O maior ponto positivo era o pessoal, que eu teria, pela primeira vez, a oportunidade de trabalhar onde está a minha família, o meu pai tem 87 anos. Falei diretamente com o presidente do Oeste. Acho que foi a melhor decisão [vir para o Vitória], e estou muito feliz. O fato é que o Vitória queria me contratar e eu queria trabalhar no Vitória. A gente acabou se entendendo. O Oeste vai seguir com a vida dele, que não teve culpa nenhuma. A gente está contente em estar aqui hoje. Eu tomei a minha melhor decisão e tenho certeza que era o que deveria ter feito”.

O novo técnico rubro-negro já participa do planejamento e montagem do elenco para 2019. Chamusca anunciou que a base terá atenção e evitou falar em número de contratações para começar o próximo ano.

“Eu não gosto de fixar em números. Já conheço vocês, se falar que preciso de sete e contratar cinco e depois vão me cobrar [risos]. Têm algumas posições que existem carências muito claros, e a gente vai ter que pontuar. A diretoria está consciente. A gente tem alguns jogadores formados no clube que já demonstraram têm potencial para permanecer e participar desse processo de reconstrução. Claro que dentre os jogadores que a gente vai contratar tenha alguns que até já trabalharam comigo, até porque é interessante na implementação de metodologia, e isso facilita muito na construção. Não existe número exato, até porque futebol está longe de ser matemática. Tem série de variáveis que vão fazer com que a gente aumente ou diminua o número de contratações. Pretendemos ter mudança significativa na postura e característica da equipe a partir de 2019”.

“A gente não consegue fazer reformulação, e não só de peças, mas de postura, conceitos. Era sempre forte vir jogar contra o Vitória. Para descer essa ladeira os caras sentiam frio na barriga. E por ter vivenciado outros clubes, faz com que isso me deixe muito fortalecido. Só que isso é uma construção que começa no primeiro dia. É uma série de variáveis, que começa no momento que o treinador estabelece postura. Através de trabalho, análise, de uma série de situações, que você faz com que o atleta mude a forma de pensar. Esses jogadores chegam com mentalidade diferente. Cabe ao treinador, com sua mentalidade técnica, seduzir os jogadores para que eles acreditem, saber o quanto é importante ter mando de campo, imposição”.

Chamusca tem 52 anos e acumula passagens por Ponte Preta, Ceará, Paysandu, Guarani, Sampaio Corrêa, Fortaleza, Atlético-GO e Salgueiro.

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