Laudo de reprodução simulada elaborada por peritos da Divisão de Homicídios (DH) aponta que o tiro que matou Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, no Pavão-Pavãozinho, partiu da arma de um policial e foi disparado quando o dançarino fugia, pela janela, de um tiroteio dentro de um prédio na comunidade. O documento, obtido com exclusividade pelo EXTRA, será anexado nesta quarta-feira ao inquérito aberto há nove meses pela 13ª DP (Ipanema).

Informações do Extra dão conta que de acordo com o laudo, “DG foi atingido quando, em fuga, buscava se esconder da investida da PM no interior do prédio, se posicionando sobre o beiral com o ventre voltado para a parede”.

Ainda segundo o Extra, os peritos Claude Chanbriard, Felipe Tsuruta e Marcio Coelho, que assinam o laudo, chegaram à conclusão confrontando o resultado do exame cadavérico de DG com os depoimentos gravados durante a reprodução simulada dos nove PMs que participaram da ação. A bala que atingiu DG acertou suas costas e saiu do corpo pelo ombro, portanto, segundo o laudo, “torna-se tecnicamente impossível DG ter ser atingido por um tiro produzido por atirador posicionado na parte mais alta”.

Policial simula posição em que DG se encontrava quando foi atingido Foto: Reprodução

A única situação, reproduzida pelos peritos, em que o dançarino estaria numa altura superior a de possíveis atiradores é quando ele se equilibrou sobre o beiral do prédio para saltar sobre a Avenida Pavãozinho em direção ao muro da Creche Escola Solar Meninos de Luz. Na ocasião, seis PMs estavam exatamente em baixo de DG e afirmaram, em depoimento na 13ª DP, que o viram pular.

Um deles, o soldado Walter Guilherme Valadão, durante a reprodução simulada, em diálogo gravado e transcrito pelos peritos, confirma que os policiais que permaneceram do lado de fora enquanto outros três entraram no prédio dispararam suas armas. “E desses seis, desse grupo aqui embaixo, o seu grupo que ficou aqui embaixo, alguém atirou ou você viu alguém atirando?”, pergunta o perito. “Houve disparos. Logo após apagou as luzes. (…) Foi mais de um”, disse o policial.