Nesta quarta-feira (14), após a derrota nas prévias eleitorais de domingo (11), e de dois dias de forte turbulência nos mercados, o presidente da Argentina, Mauricio Macri anunciou nesta uma série de medidas econômicas destinadas aos trabalhadores e às pequenas e médias empresas argentinas.
Macri iniciou seu pronunciamento dizendo que tinha entendido o resultado das prévias eleitorais; o que motivou a decisão das mudanças. “As medidas que tomei e que vou compartilhar agora são porque os escutei. Escutei o que quiseram dizer no domingo”, começou.
E continuou, “são medidas que vão trazer alívio a 17 milhões de trabalhadores e suas famílias. E a todas as pequenas e médias empresas, que sei que estão passando por um momento de muita incerteza”, afirmou.
Entre as medidas anunciadas estão o pagamento bônus de até 2 mil pesos extras aos trabalhadores entre setembro e outubro. Informais e desocupados receberão dois pagamentos extras do benefício que recebem por seus filhos. E empregados públicos e das forças armadas receberão um abono de 5 mil pesos no final do mês.
O peso argentino abre com queda de 12,3%, após Macri anunciar as novas medidas econômicas.
Mauricio Macri também informou que o salário mínimo será elevado, mas não pontuou maiores detalhes sobre o valor.
Para as pequenas e médias empresas, um novo plano vai permitir o pagamento das obrigações tributárias em até dez anos.
Ademais, Macri disse que o preço da gasolina será congelado por 90 dias, “para que ele não seja afetado pela desvalorização” da moeda argentina. A medida deve manter o preço do combustível estável até depois das eleições presidenciais do país, programada para o dia 27 de outubro deste ano.
Por fim, Macri finalizou o discurso afirmando que as medidas adotadas são “de alívio” e chegam em um “momento difícil”.
O presidente da Argentina lembrou ainda que tem consciência de que fez várias promessas à população argentina durante as últimas eleições, mas não pôde cumprir todas.
“Em 2015 acreditaram que seria mais fácil, eu também acreditei. Mas o ponto de partida foi como estar no décimo subsolo”, declarou.
Turbulências
As medidas tomadas pelo gestor argentino chegam depois de dois dias de forte desvalorização da moeda argentina frente ao dólar. Na segunda-feira (12), o peso caiu 15,27% e na terça (13), mais 4,29%, encerrando a 55,9 pesos por dólar.
Os mercados financeiros também sofrem: o principal índice de ações do país registrou na segunda a maior queda de sua história (-37,93%), com todos os componentes no vermelho.
O banco central do país vendeu um total de US$ 255 milhões de suas reservas desde segunda-feira, num esforço para ajudar a estabilizar a moeda.