A multinacional americana Johnson & Johnson foi condenada a pagar US$ 572 milhões por danos ao estado de Oklahoma, devido à crise de opioides (composto químico psicoativo que age sobre receptores opioides, com efeitos similares aos da morfina, por exemplo). As informações são da Agência Brasil.
A decisão, consolidada na segunda-feira (26), é considerada histórica nos Estados Unidos (EUA), ela pode afetar os rumos de mais de 2 mil processos apresentados contra fabricantes de opioides em várias regiões do país. O valor, no entanto, ficou abaixo da expectativa de alguns analistas, que imaginavam que a multa pudesse chegar a US$ 2 bilhões.
O juiz Thad Balkman disse que os promotores demostraram que a J&J promoveu de forma enganosa o uso de analgésicos legais, que são altamente viciantes.
Balkman assegurou que o laboratório Janssen, a divisão farmacêutica da J&J, adotou práticas de “propaganda enganosa na promoção de opioides”, o que levou a uma crise de dependência desses analgésicos, mortes por overdose e a um aumento das síndromes de abstinência neonatal no estado americano.
Os US$ 572 milhões da multa imposta à empresa deverão ser usados para enfrentar a epidemia nos próximos 30 anos, por meio de programas de tratamento e prevenção.
O Oxycontin (Oxicodona), um dos mais populares, pertence ao laboratório Purdue, que fez um acordo de US$ 270 milhões com o estado de Oklahoma, em vez de enfrentar os tribunais.
Ontem, o novo Relatório Mundial sobre Drogas da Organização das Nações Unidas (ONU), apresentado em Viena, apontou a devastação causada pelos opioides.
Segundo a organização, a crise de opioides nos Estados Unidos e no Canadá, pelo abuso de analgésicos sintéticos como o Fentanil – 50 vezes mais potente do que a heroína -, voltou a chamar a atenção dos especialistas da ONU.
Estima-se que 4% de todos os americanos adultos tenham consumido algum tipo de opioide, pelo menos uma vez, em 2017. Das 70.237 mortes por overdose registradas nos EUA nesse ano, 47.600 foram por causa do uso de opioides, 13% a mais do que em 2016.
