“Nem que seja de cadeira de rodas”, a afirmação foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) nesta segunda-feira (2) e diz respeito a participação dele na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), marcada para começar no dia 20 de setembro, em Nova York. Bolsonaro disse que uma das pautas de seu discurso, durante o evento, será a Floresta Amazônica. As informações são do G1.

“Eu vou comparecer à ONU nem que seja de cadeira de rodas, de maca, vou comparecer. Porque eu quero falar sobre a Amazônia. Mostrar para o mundo com bastante conhecimento, com patriotismo, falar sobre essa área ignorada por tantos governos que me antecederam”, pontuou.

O presidente passará por uma cirurgia no domingo (8) para corrigir uma hérnia (saliência do tecido) que surgiu no local onde ele fez três intervenções, após a facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018. Os médicos estimam que ele deve ficar 10 dias de repouso.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, assegurou na semana passada que a Amazônia deverá ser um dos temas abordados na Assembleia-Geral. Segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o mês de agosto teve o maior número de focos de queimada dos últimos nove anos. Já para a Agência Espacial Norte-Americana, 2019 é o pior ano de queimadas na Amazônia desde 2010.

O alastramento do fogo e as imagens da destruição em partes da Amazônia geraram uma crise para o governo Bolsonaro, que recebeu críticas de cunho nacional e internacional com relação a sua política ambiental. Uma das principais vozes contra a postura do governo foi a do presidente da França, Emmanuel Macron. Ele chegou a declarar que Bolsonaro mentiu sobre compromissos com a preservação da floresta e com o acordo do clima de Paris.

Em resposta a Macron, Bolsonaro sugeriu que o líder francês tem interesses econômicos na Amazônia e que as potências mundiais ameaçam a soberania do Brasil na região. O presidente recusou US$ 20 milhões do G7 (grupo de sete das mais desenvolvidas economias do mundo), oferecidos por Macron para ajudar no combate às queimadas.

Nesta segunda, ao sair do Palácio Alvorada, Jair Bolsonaro voltou a afirmar que, na opinião dele, há uma ameaça à soberania brasileira na Amazônia.

“Ela (Amazônia) foi praticamente vendida para o mundo. Eu não vou aceitar esmola de país nenhum do mundo a pretexto de preservar a Amazônia. Mas, na verdade, está sendo loteada e vendida”, argumentou o presidente.

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