Segundo informações de um recente estudo publicado nesta segunda-feira (9) pela comissão para a malária da revista científica The Lancet, a erradicação global da doença, uma das mais antigas e mortais do mundo, pode ser alcançada até 2050. As informações são da Agência Brasil.
“Um futuro livre de malária pode ser alcançado tão cedo como em 2050”, aponta o estudo, que teve autoria de 41 dos principais especialistas mundiais em malária, ciências biomédicas, economia e políticas de saúde.
As evidências científicas, foram combinadas com novas análises epidemiológicas e financeiras que demonstram que – com as ferramentas e estratégias certas e o financiamento adequado – a erradicação da doença é possível no espaço de uma geração.
No total, três medidas foram identificadas pelos especialistas para inverter a curva de progressão da doença, acelerando a queda dos casos de malária em nível mundial, incluindo um aumento anual de cerca de US$ 2 bilhões.
Entre as propostas, estão: melhorar a gestão e implementação dos atuais programas de controle da malária; fazer uso mais eficiente das atuais ferramentas; e desenvolver técnicas inovadoras que permitam ultrapassar os desafios biológicos da erradicação e disponibilização, por parte dos países onde a malária é endêmica, de investimento financeiro adequado.
“O estudo diz que a erradicação da malária é possível no tempo de uma geração, mas para alcançar essa visão comum não podemos continuar com a abordagem atual. O mundo está num ponto crítico e devemos desafiar-nos com metas ambiciosas e comprometer-nos com as ações ousadas necessárias para as alcançar”, disse Richard Feachem, co-presidente da Comissão Lancet para Erradicação da Malária e diretor do Grupo de Saúde Global da Universidade da Califórnia, San Francisco (UCSF).
Desde 2000, a incidência da malária e a taxa de mortalidade em nível global caíram 36% e 60, respectivamente. Foi registrado no período um aumento do investimento na prevenção e tratamento da doença, que em 2016 chegou a US$ 4,3 bilhões. Atualmente, mais da metade dos países estão livres da malária.
Entretanto, apesar dos progressos e dos esforços globais, mais de 200 milhões de casos são registrados em todo o mundo a cada ano, causando mais de 500 mil mortes.
Os casos de malária aumentaram em 55 países da África, Ásia e América Latina e crescem as preocupações com a resistência dos mosquitos transmissores (vetores) aos atuais inseticidas e medicamentos.
A maioria dos novos casos de malária surge em apenas 29 países, que são responsáveis por 85% das mortes registradas em 2017.
Entre os 29 países, apenas dois – Papua Nova Guiné e Ilhas Salomão – não estão localizados na África.
Apenas dois países africanos – Nigéria e República Democrática do Congo – são responsáveis por 36% dos casos da doença em nível mundial.