A sensação de viajar no tempo, estando, por exemplo, no conforto do seu quarto e ali mergulhar em novas aventuras, chegando à vivenciar a “realidade” dos personagens, é realmente uma particularidade apaixonante da leitura. Inspiradas também pelo desejo de fazer com que as crianças pudessem compartilhar dessas emoções, através da história de Camaçari, as educadoras Alexandra Persil e Ana Clara Gomes produziram o livro ‘Celebrando Camaçari’.
Manali, uma garotinha negra e estudante de escola pública, ao lado da avó, dona Julha, são as responsáveis em transmitir o vasto e rico conhecimento empregando nas raízes do município, que respira e exala cultura.
Hoje, a série BNA em homenagem aos 261 anos de Camaçari, celebrado no próximo sábado, 28 de setembro, traz a representação da frase de Cora Coralina que diz “feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
Felicidade é justamente o sentimento disseminado pela dupla de professoras que, com olhos brilhando e gentileza nas palavras, revelam a repercussão da obra, cuja produção é contabilizada em dois anos de intensa pesquisa e aprimoramento de informações.
Elas contaram à repórter Dani Oliveira, do BNA, que a produção do livro infantil partiu, em suma, da necessidade de um conteúdo de linguagem mais acessível para estimular e desenvolver a compreensão dos pequeninos sobre a memória municipal, mas que ao mesmo tempo fosse um direcionamento para os professores, sobretudo aqueles que não são camaçarienses.
“O retorno de nossos colegas quando chegamos nas escolas para apresentar o livro é muito gratificante. A gente percebe o quanto eles se sentem representados a partir dessa literatura. Os professores percebem que o trabalho que eles fazem na sala de aula consegue ser passado no livro. Visto que, o livro conta isso também, sobre o trabalho desenvolvido pelo professor em conjunto com a família”, pontua Alexandra.
Esse reconhecimento também é real nas crianças. “As meninas, por exemplo, se veem em Manali e até dizem ‘olha eu sou Manali’. Manali é uma menina negra, a nossa população é de negros em sua maioria, e a gente também quis representar isso”, destaca Ana Clara.
Sobre o Livro
As educadoras explicaram que, em razão da extensão de informações que integram a biografia da cidade, foi necessário realizar um recorte de dados. Para tal, elas separaram dez fatos marcantes.
“A gente começa fazendo uma linha histórica começando por Abrantes, na Vila do Divino, e aí fizemos uma linha do tempo que vai da chegada dos portugueses, à mudança da Vila, as sedes que já ocorreram, a chegada do Polo [Petroquímico], em 1978, a chegada da Ford, do polo de conhecimento e cultura até a chegada da Cidade do Saber. Trazemos também, principalmente, a cultura local de Parafuso [distrito de Camaçari]. Enfim, é com a linha histórica através desses fatos que a gente [escritoras da obra] considerou importante, tanto para as crianças, quanto para os professores que o livro ganhou vida”, conta Alexandra.
Presente para Camaçari
As educadoras destacaram que o livro já pode ser considerado um valioso presente para o futuro do município, à considerar que as crianças são o seguimento na evolução e direcionamento do mundo.
“O livro é a construção de um presente. A gente só ama o que a gente conhece, por isso o nosso desejo é de que as crianças conheçam, amem e cuidem da nossa cidade, transformando ela em um espaço de amor, cultivando a paz”, endossa Ana Carla.
Sendo valido ressaltar, que este ano, a Prefeitura de Camaçari lançou o tema oficial ‘Camaçari Cultura da Paz’, para integrar os cinco desfiles cívicos responsáveis pela tradicional celebração do aniversário da cidade.