Na tarde desta sexta-feira (18), a redação do Bahia No Ar foi procurada por uma mãe que relatou uma situação de preconceito sofrida pela filha de 17 anos, na área comum do condomínio onde elas residem, situado em Pernambués, na cidade de Salvador.
Sanda Cristina, de 43 anos, contou ao BNA que no último sábado (12) a filha, Sara Cristina, estava acompanhada de mais dois amigos e a menina trançava o cabelo de um deles. Sandra disse que foram duas ações de cunho preconceituoso no mesmo dia. Na primeira, o porteiro do prédio pediu a menina que ela se retirasse da região próxima à piscina e, logo em seguida, o profissional também ligou para Sandra alertando que ela fizesse o mesmo com a garota: solicitasse que ela se retirada do local. Sandra Cristina ressaltou que pediu à Sara para procurar outro lugar com os amigos pois, à princípio, ela acreditou que o ato tivesse um cunho de “cuidado”, para que cabelos não caíssem na piscina.
No entanto, uma nova ação preconceituosa foi realizada, segundo a mãe da garota.
Após a jovem e os amigos se dirigirem para outra área comum do prédio, por volta das 6h30, a menina pediu ao porteiro que ligasse a luz do local. Um segurança foi enviado e, conforme discorre Sandra, o homem disse para Sara que não ligaria a luz pois “ali não era espaço para ela ficar” e prosseguiu destacando que a menina também “não merecia” que a luz fosse ligada.
De acordo com Sandra, no momento do segundo ato, além da filha e dos amigos da menina, cerca de sete pessoas estavam transitando na região; todas de cor branca.
Cristina ressalvou ainda que não foi a primeira vez que a filha levou amigos para a área de lazer do prédio e lá aproveitou para trançar o cabelo desses colegas. Sandra também utilizou as redes sociais para desabafar.
Na última terça-feira (15), Sandra Cristina registrou uma queixa na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente – DERCA. A menina será ouvida pela delegada no próximo dia 04, para assim, dar seguimento ao processo.
Racismo
O racismo é a ação de discriminar todo um grupo social, por causa de sua raça, etnia, cor, religião ou origem e está enquadrado na Lei 7716/1989. Diferente da injúria racial, que consiste na ofensa verbal a uma pessoa fazendo menção à sua cor, no preconceito está incluso a ordem de retirada ou proibição de entrada em um determinado local por conta de sua cor. O crime de preconceito é imprescritível e inafiançável. No caso da injúria racial, o crime prescreve em 8 anos, conforme art. 109 do Código Penal.
Câncer de Mama
Paralelo a essa situação, a mãe de Sara enfrenta outros desafios: a luta pela vida.
Sandra foi diagnosticada com câncer de mama e passou por distintas cirurgias, a exemplo da mastectomia, que corresponde à excisão ou retirada total da mama.
Recentemente, os médicos confirmaram um quadro de metástase – formação de uma nova lesão tumoral a partir de outra. Por conta disso, ela já precisou retirar o útero, e os ovários.
Sou morador do condomínio e não houve em momento algum nenhuma forma de racismo, simplesmente o porteiro estava fazendo o trabalho dele e ele informou que a área da piscina não era lugar adequado para trançar cabelo, independente da cor da pessoa e por se tratar de uma área comum e acredito ser falta de higiene, imagina só eu mergulhando na piscina e de repente me deparar com fios de cabelo dentro da minha boca ou se estiver usando a churrasqueira e de repente encontrar cabelo no meu churrasco, o grande problema é que muitas pessoas de cor negra se… Leia mais »
Sem contar que essa família é problemática e gosta de confusão.
Porque eles não falam sobre os problemas que o filho dela teve?