Produtores rurais brasileiros vão ter em breve a opção de comprar novo tipo de semente de cenoura para cultivo orgânico, já batizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, como Cenoura BRS Paranoá.
As hortaliças da nova cenoura são mais resistentes à queima de folhas e não exigem adição de defensivos químicos para evitar pragas. Ela também é mais tolerante a problemas causados por microrganismos do solo que afetam o crescimento da raiz.
A expectativa é que as lavouras da Cenoura BRS Paranoá sejam mais produtivas do que as plantações com as sementes hoje disponíveis no mercado.
Segundo o pesquisador da área de melhoramento genético da Embrapa Hortaliças no Distrito Federal, Agnaldo Carvalho, a nova cenoura tem potencial produtivo de pelo menos o dobro da cenoura híbrida.
O método tem custo menor e os produtores, quando capacitados, podem aproveitar as sementes colhidas para o próximo plantio, evitando o gasto com a aquisição de novas sementes.
A produção de cenoura orgânica ainda é minoritária no Brasil, mas o número de pessoas interessadas em sua compra cresce 20% ao ano. De acordo com nota da Embrapa, a cenoura BRS Paranoá tem a mesma cor, aspecto e tamanho das cenouras híbridas.
O desenvolvimento da nova cenoura ocorreu durante a última década. Entre 2010 e 2016, a Embrapa fez testes em Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e no Distrito Federal.
A cenoura pode ser plantada em todo o país à exceção da Região Norte por causa do clima. Os principais polos produtores estão São Gotardo (MG), Cristalina (GO), Mauá da Serra (PR), Barbacena (MG), Caxias (RS) e Irecê (BA).
A maior parte da produção é mecanizada. No total, o país destina 20 mil hectares para a plantação da hortaliça.
Ainda neste semestre, a Embrapa deve lançar edital de oferta pública da semente da BRS Paranoá para que empresas privadas possam fazer o licenciamento da tecnologia, já registrada, multiplicando e comercializando sementes.
A cenoura fornece ao organismo minerais e carboidratos, e é rica em carotenoides (responsável por sua pigmentação) que, no corpo humano, são convertidos em vitamina A.