Uma cidade com o nome de origem indígena não poderia deixar de homenagear seus nativos, os índios. Com o tema “Indígenas no século 21”, a Câmara de Camaçari realizou nesta quarta-feira (21/05) sessão Especial para celebrar a ancestralidade e a resistência deste povo que fundou o município.
O vereador Marcelino (PT) presidiu a sessão e fez questão de ressaltar a importância de reconhecer e resgatar a tradição. “Apesar de ouvirmos falar que Camaçari não tem índio, podemos ver que não é verdade. O povo que fundou a cidade ainda tem descendentes que vivem aqui, tanto que vieram aqui compartilhar sua cultura e conhecimento conosco”, pontuou.
Alunos da Escola Municipal Maria Quitéria lotaram o plenário da Casa Legislativa. “É bom quando podemos participar de atividades externas, aprender vendo depoimentos dos índios, complementa de maneira bem real o que nos é passado em sala de aula pelos professores”, afirmou Maria Fernanda, aluna do 2º ano do Ensino Médio.
A escritora e pesquisadora das culturas indígenas, Marcia Wayna Kambeba, realizou uma dinâmica que apresentou aos presentes algumas palavras em Tupi Guarani. A convidada ainda falou do preconceito que sofre por ser índia e morar na cidade. “Uma pessoa não perde sua identidade só porque mudou de endereço. Eu tenho a minha e carrego comigo onde estiver. Sou índia e serei em qualquer lugar”, explicou.
Ainda na sessão, o líder da reserva Thá-Fene, Wakay Fulniô, apresentou alguns instrumentos indígenas e falou um pouco na língua do seu povo.
O vereador João da Galinha (PRTB) participou da sessão e, como gesto de reconhecimento à cultura, usou um "cocar", um dos símbolos indígenas. “Como tenho origem indígena, estou à vontade com essas pessoas que fazem parte do meu povo. Sinto-me feliz por participar deste momento”, registrou.
Também fizeram uso da palavra os vereadores Sessé Abreu (PRTB), Elias Natan (PV), Professora Patrícia (PT), Bispo Jair (PRB), Gilvan Souza (PT).