Em decorrência da crise provocada pelo novo coronavírus (Covid-19), mais de 31 mil trabalhadores podem ser demitidos no Estado da Bahia ainda neste ano de 2020. Os dados fazem parte de um levantamento da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), que aponta ainda que, com as demissões, o setor perde mais de R$ 3,5 bilhões.

“Como o mercado retraiu, elas [as fábricas] estão efetivamente paradas. Alguns outros setores fizeram conversões ou estão trabalhando dentro de demandas que estão sendo potencializadas por este momento, quer seja no abastecimento, quer seja na área de saúde”, destaca  Antônio Ricardo, presidente da Fieb.

A indústria, segundo ele, é a que mais sofre com esses significativos impactos.

“De um modo geral, a indústria está sofrendo, como toda a economia vai sofrer, e nós devemos ter todo esse reflexo ao longo do segundo semestre”, acrescenta.

Uma outra pesquisa, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na Bahia, com empresários das áreas do comércio, serviços, construção civil e agronegócio, mostrou que 43% das empresas suspenderam as atividades comerciais. Mais de 86% dos empresários disseram que a receita diminuiu nesse período, enquanto apenas 2,3% disseram que as vendas aumentaram. Para sobreviver, muitos deles precisaram se reinventar.

Até as contas públicas já estão sentindo esses efeitos. O Governo do Estado, por exemplo, disse que, só em maio, a receita com Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi R$ 900 milhões menor que o registrado no mesmo período de 2019.

“O maior problema é a renda. Se você não tem renda, você não tem consumo. Portanto, o desemprego bate na veia diretamente. Na hora que eu não tenho consumo na ponta, eu não tenho também economia, ou seja, eu não tenho compras para a indústria. Então você vai em um processo de cadeia”, pontuou Walter Pinheiro, secretário de planejamento da Bahia.

Com o intuito de planejar a retomada dos negócios, o governador Rui Costa (PT) criou uma comissão para avaliar os impactos da pandemia nos diversos setores da economia baiana.

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