Nesta segunda-feira (15), o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, afirmou que irá continuar fornecendo a hidroxicloroquina ao Brasil, mesmo depois que a principal autoridade de vigilância sanitária norte-americana decidiu revogar a autorização emergencial para o uso do medicamento no tratamento de pacientes diagnosticados com o novo coronavírus (Covid-19).

“Eu não posso reclamar, eu tomei por duas semanas e ainda estou aqui”, respondeu Trump, após ser questionado por uma repórter da GloboNews se os EUA continuariam enviando o remédio ao Brasil e outros países.

No decorrer da entrevista, Trump ainda assegurou que “não sabia” sobre o relatório da Food and Drugs Administration (FDA), responsável por retirar a autorização do uso emergencial do medicamento.

“Muita gente me diz que isso poderia salvar vidas”, ressaltou o presidente dos EUA.

No final do mês passado, o país norte-americano já havia anunciado que estaria encaminahndo cerca 2 milhões de doses de hidroxicloroquina ao território brasileiro (apesar da recomendação contrária por parte de entidades médicas, a exemplo da Organização Mundial de Saúde); elas alertam que não existe comprovação sobre a eficácia da substância contra a Covid-19.

EUA

A agência que atua como a Anvisa nos EUA, conhecida como FDA (Food and Drug Administration), decidiu revogar a permissão de emergência para o tratamento com a hidroxicloroquina contra o novo coronavírus e destacou, em documento nesta segunda-feira, que “não é mais razoável acreditar que as formulações orais de hidroxicloroquina e de cloroquina podem ser eficazes”.

“Nem é razoável acreditar que os fatores conhecidos e os potenciais benefícios desses produtos superem seus riscos conhecidos e potenciais. Por conseguinte, a FDA revoga o uso emergencial de hidroxicloroquina e cloroquina nos EUA para tratar Covid-19”, diz trecho do comunicado.

De acordo com a agência, a decisão partiu com base em novos dados, bem como após uma reavaliação das informações disponíveis no momento da liberação de emergência para pacientes infectados pela Covid-19 no país, publicada em 28 de março.

Na revogação, a agência enumera alguns critérios que levaram à suspensão do uso, como: a FDA diz acreditar que as dosagens para hidroxicloroquina não têm um efeito antiviral; estudos anteriores sobre a diminuição do vírus com o tratamento da hidroxicloroquina e cloroquina não foram consistentemente confirmados, e uma pesquisa recente randomizada disse que não há diferença e eficiência no uso contra o Sars CoV-2; além das diretrizes médicas dos EUA não recomendarem o tratamento com as substâncias e o NIH (Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos) não defender o uso fora de pesquisas clínicas.

Na data da liberação, a FDA permitiu o tratamento apenas para pacientes com casos graves da Covid-19 e internados em hospitais. O medicamento deveria ser administrado por um profissional de saúde com uma receita médica.

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