Um dia depois de A TARDE publicar reportagem sobre a mortandade de peixes na praia de Aratuba, na Ilha de Itaparica (Grande Salvador), pescadores locais coletaram cerca de 80 quilos de peixes na areia da praia, onde uma tartaruga também foi encontrada morta na quinta-feira, 6.

Sem razão aparente, exemplares de variadas espécies e tamanhos têm aparecido mortos ou agonizantes, nos últimos 11 dias, conforme informou o presidente da Associação de Pescadores de Aratuba, Antônio de Brito, 54 anos, conhecido como Cotia.

Entre as espécies encontradas, as mais frequentes são barbeiro, badejo, cioba, vermelho-dentão, cambuba, robalo, garoupa, frade, galo, porco e pampo. Na manhã desta quinta, uma moreia também foi encontrada morta.

Análise

Conforme a assessoria de comunicação do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), técnicos do órgão foram enviados a Aratuba na manhã de quinta.

Ainda segundo a assessoria, eles recolheram amostras da água do mar e de peixes mortos no local. O material foi encaminhado para análise ainda na manhã desta quinta. O relatório com o resultado do exame deve ficar pronto em sete dias.

No entanto, de acordo com relatos de moradores e pescadores, os técnicos do Inema não foram vistos no local durante a manhã desta quinta.

Enterrados

Para evitar que urubus sejam atraídos pelo forte cheiro propagado pelos peixes mortos, os pescadores enterraram boa parte deles – já em avançado estado de decomposição – após limparem o local nesta quinta. As carcaças foram depositadas em um buraco fundo na praia.

"Alguém tem que tomar uma providência, pois eu nunca vi algo assim acontecer aqui na ilha", cobrou o também pescador Jailson Sacramento, 25 anos, enquanto ajudava a enterrar os peixes.

Depois que A TARDE publicou a primeira matéria sobre o comércio do pescado encontrado na praia de Aratuba, nesta quitna a reportagem não flagrou ninguém da comunidade procurando peixes para venda e ou consumo.

No entanto, moradores disseram à equipe do jornal ter visto dois grupos na praia pela madrugada. "Depois que me viram, cortaram caminho por um beco", disse uma pessoa que, como as demais, não quis se identificar. As informaçõe são do A Tarde.