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A Copa 2014 não deverá ter o enfrentamento de torcidas organizadas que, infelizmente, já se tornou habitual no País. Além do período de trégua do Campeonato Brasileiro, a impossibilidade de torcedores se agruparem nos estádios de padrão Fifa é um dos trunfos do torneio no quesito segurança. A pergunta que fica é: será que o legado vai continuar para depois do Mundial?

O deputado estadual por São Paulo Fernando Capez (PSDB), um dos principais defensores do fim das uniformizadas, em conversa com o R7, explicou que a aplicação da norma que vale para a Copa exigindo que os torcedores sentem nos lugares correspondentes aos ingressos já consta no Estatuto do Torcedor, mas não é seguida pelos clubes, que, como mandantes, têm a obrigação de fiscalizar a numeração das arquibancadas.

— Infelizmente, temos de confessar que a indisciplina venceu. De acordo com o Estatuto, o clube mandante tem que ser responsável por obrigar o torcedor a sentar no lugar certo, mas eles não fazem.

O deputado disse que os clubes alegavam ser impossível a fiscalização nos antigos estádios e que não há desculpas para o descumprimento da lei nos novos palcos com padrão Fifa. Após o Mundial, caso as diretorias não sigam as normas, Capez só vê uma solução: multas pesadas às equipes.

— Temos que fiscalizar via Ministério Público, aplicando multas pesadas que façam com que o clubes sintam no bolso.

Jornalista esportivo da TV Gazeta e torcedor ausente em estádio há anos por conta da violência, Flávio Prado também condena as organizadas, mas acredita que não haverá mudança de postura após a Copa do Mundo porque uniformizadas e clubes trabalham em conjunto.

— Eu não recomendo aos meus ouvintes a ida ao estádio. Em clássico então, é uma irresponsabilidade. Organizadas são gangues que se escondem atrás do futebol. Para seguir o Estatuto, os clubes precisam romper com elas. Não se pode colocar cada um em seu lugar porque as torcidas estão associadas a políticos e têm os seus esquemas.

Além do cumprimento do Estatuto do Torcedor, os jogos da Copa também contam com outro componente diferente dos padrões de segurança do futebol brasileiro: a desmilitarização do evento. Nas partidas do torneio, os stewarts, agentes particulares, são os responsáveis por conter e orientar os torcedores.

*R7