“Não é só abrir o comércio, é abrir com segurança”, foi com essa reflexão que a prefeita de Dias d’Ávila, Jussara Márcia, começou a pontuar sobre a reabertura do comércio em meio a crise sanitária do novo coronavírus (Covid-19). Durante participação, por telefone, na manhã deste sábado (18), no programa Bahia No Ar (Rádio Sucesso 93.1 / rádio Metropolitana Web), ela, inclusive, lembrou de uma primeira tentativa de relaxamento da medida, em abril, quando a cidade ainda registrava poucos casos da doença.

“Não é só abrir o comércio, é abrir com segurança […] no início [da pandemia] nós passamos uma semana com o comércio aberto, fizemos reuniões com a CDL [Câmara de Dirigentes Lojistas], com os comerciantes que não faziam parte da CDL, colocamos na mesa, colocamos nosso protocolo de como seria essa reabertura do comércio, saímos dali todos prontos, em uma só missão: de aquecer a nossa economia, para que não tivesse o desempreg. E aí, nós fizemos o teste em uma semana”, começou.

Na sequência, Jussara revela que teve “algumas decepções” com a adoção da medida. Conforme ressaltou, alguns comerciantes não cumpriram com o que foi acordado durante a reunião de definição e posterior apresentação das regras que deveriam ser seguidas por todos os estabelecimentos comerciais do município naquele determinado período.

“Eu vou dizer que tive algumas decepções que, a partir de agora, não vamos ter mais. Quero dizer que contei com o apoio da CDL, aonde tinham alguns comerciantes que, diante de tudo o que foi passado, não cumpriram as medidas necessárias de segurança para que a gente não pudesse arriscar as vidas. Dialoguei novamente com a CDL, mostrando ali que os comerciantes, diante daquilo que foi acertado, não cumpriram. A nossa fiscalização foi pra cima, tomou as medidas e aí não teve jeito, tivemos que fechar”, afirmou.

“Então, não podemos aqui fazer um efeito sanfona do comércio, ‘abre e fecha’, ‘abre e fecha’, de maneira nenhuma. É importante que a gente saiba das responsabilidades e que o comércio não é lazer […] muitas vezes as pessoas saem para ‘esfriar a cabeça’ […] a gente quer que os pais de família tenham seus trabalhos, que a economia seja aquecida, mas preservando a vida”, acrescentou a prefeita.

Sobre o auxílio prestado aos empresários, sobretudo os de pequeno porte, Jussara frisou que “constantemente” está debatendo com deputados e senadores e com a CDL, além dos próprios comerciantes.

“Quero dizer que, constantemente, estamos conversando com os deputados e senadores sobre a importância de eles nos ajudarem, porque eles estão lá, para que eles tenham esse diálogo direto [com o governo federal]. Quero dizer que estamos, constantemente, em reuniões com a CDL, envolvendo também outros segmentos do nosso comércio, eles estão participando do dia a dia, das nossas medidas, sabemos que não é fácil, é algo que está assustando todos nós”, disse.

“Nossa preocupação é grandiosa com essas microempresas, com esses pesquenos empresários porque, na realidade, são eles que aquecem também a nossa economia e ajudam, dando empregos, cada um do seu jeito, da sua forma. Então, é importante que a gente veja que a burocracia só vai atrasar, só vai prejudicar. Eu estou muito preocupada quando acabar essa ajuda de custo que as pessoas estão tendo do governo federal. ‘Como é que vai ficar os nossos municípios? A nossa economia?’. Então, são coisas que são discutidas e nós estamos aí, todos preocupados”, assegurou.

Em seguida, ela falou sobre a “torcida contrária” que parte de algumas pessoas ligadas à oposições partidárias.

“Quanto pior as administrações, melhor. É uma pena que nesse momento as pessoas não estão se preocupando com vidas. É importante que as pessoas saibam que não adianta ter políticos nas ruas se não tiver medidas. Não podemos ir em uma casa onde tem uma pessoa que perdeu um familiar. É algo que a gente precisa estar unidos, todos, independente de partidos, de seguimentos. Agora, é a hora de cuidar das pessoas. É o que eu sempre digo: ‘quem realmente faz política por amor, valoriza o ser humano’, coloca na linha de frente primeiro o ser humano para depois seguir”, enalteceu.

Por fim, Jussara lembrou que sem o apoio da população “não adianta” serem adotadas todas as medidas por parte das autoridades governantes.

“Eu estou em cima de fortes emoções, perdemos funcionários, perdemos amigos e estamos lutando para não perder mais […] Eu quero aqui, pedir as pessoas que nos ajudem. Pedir as pessoas para só irem ao comércio no necessário. Tem pessoas que vai, leva filhos pequenos, leva tia, irmão e tudo. Gente, a coisa é séria, é mais séria do que as pessoas pensam. Nós, que estamos aí com todo esse conhecimento do que está acontecendo, esse acompanhamento, não é fácil. Se as pessoas não nos ajudarem, não adianta”, finalizou.

Casos em Dias d’Ávila

De acordo com o último boletim do município, divulgado ontem (17), Dias d’Ávila já totaliza 616 casos confirmados da Covid-19, desde o início da pandemia.

Desse quantitativo, 486 pessoas já estão recuperadas e 22 foram a óbito.

Reprodução / Prefeitura de Dias d’Ávila
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