A greve dos bancários já reduziu as vendas do comércio de Camaçari em, pelo menos, 22%, afirmou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojista de Camaçari (CDL) Pedro Luiz Failla. Mas para os vendedores, que lidam diretamente com o público, a redução do fluxo de vendas está acima disso, “sobretudo”, nesta segunda semana de paralisação.
“É um prejuízo enorme para o comércio, mas não há nada o que fazer. Eles [bancários] estão em um movimento legítimo e nos resta termos paciência. Mas a venda perdida, nunca é recuperada”, declara Failla, presidente da CLC Camaçari.
“Para mim, estou vendendo uns 40% menos”, disse a vendedora Adriana Barros, de uma loja de informática, localizada na Praça Abrantes. E o débito? “O freguês não tem vantagem muito em comprar no débito porque à vista a gente dá um desconto bem melhor”, justifica a outra vendedora, Acácia Lima.
Para a vendedora de roupas Daise Gomes, de uma loja de roupas estilo surf, mesmo com a chegada do verão, os clientes ainda não apareceram com a intensidade já registrada anteriormente. “Começo de mês, geralmente é o melhor período para o comércio, mas este mês está muito fraco. No começo da greve não deu para sentir tanto, mas antes da paralisaçaõ, se em um dia cada vendedora fazia de R$ 800 a mil, hoje faz de 450 a 550”, relata a comerciária.
Débito forçado
A proprietária de uma loja de roupas do centro da cidade Jacira Pereira diz que a greve aumentou o uso do cartão de débito, “forçadamente”. “Mas não é vantagem para a gente, porque perdemos cerca de 2,9% nesse tipo de venda, pois a administradora cobra uma taxa para transferir da conta do cliente para a conta da loja. Só que as pessoas estão comprando no débito. Isso quem tem, e quem não tem, não compra”, opinou Jacira. Para a loja dela, as vendas caíram "mais da metade", relatou.