Foto: Bahia no Ar. O enterro foi no Cemitério Miguel Arcanjo acompnhado de centenas de pessoas

O corpo da professora Edileia dos Santos de Jesus, 31 anos, chegou ao Cemitério São Miguel Arcanjo, em Simões Filho, por volta das 10h, quando muitas pessoas, que a conhecia esperavam para se despedir. A mulher foi morta após ser vítima de violência sexual e golpes de facas no pescoço que a levaram a hemorragia e morte na quinta-feira, à noite, dia 17 de outubro.

Edileia foi atacada quando voltava do trabalho na Escola Favo de Mel, na qual era professora do maternal. Ela foi arrastada para um matagal, foi estuprada e depois esfaqueada. Segundo pessoas que a viram após o crime, ela tentou sobreviver pedindo ajuda aos moradores que chamaram o Samu, mas a ambulância levou cerca de 40 minutos para chegar.

Foto: Bahia no Ar.Os amigos de Edileia, irmão da igreja, vizinhos e professores foram se despedir da jovem

O crime está sendo investigado pela 22ª Delegacia Distrital, de Simões Filho, mas a polícia ainda não identificou o homem que a vitimou e também não o prendeu. A hipótese trabalhada é que o criminoso seja conhecido da vítima já que ele tentou queimar o arquivo, quando a esfaqueou.

O enterro foi acompanhado por centenas de pessoas. Além de familiares, amigos, colegas de trabalho, colegas de faculdade, também estavam presentes figuras políticas como o deputado estadual Pastor Sargento Isidório. “Isso tudo que está acontecendo já está escrito no livro de Apocalipse. Por isso todos devem conhecer a Deus, para ter um crédito e estar protegido do mal”, disse ele

Foto: Bahia no Ar. Colegas exibem fotos de Edileia no trabalho na escola

Sonhos.

Edileia estudava o sexto semestre de pedagogia na Univesidade do Paraná (Unopar). Frequentava a igreja evangélica, vivia perto de outra irmã. Morava no mesmo bairro em que foi morta. Seus pais eram também evangélicos. “Era bem simples, só dava boa noite e bom dia quando passava”, disse uma das vizinhas que conta já ter sido agredida no mesmo local: a rua Bráulio Muniz, transversal da Avenida Paulo Souto.

“Já fui assaltada duas vezes, na última o homem colocou uma faca na minha barriga, me chutou depois de pegar meu celular, minhas coisas todas e eu saí correndo. Gritei, pedi, ajuda, fui na polícia. Mas nunca vai polícia lá”, contou a garota que não quis ter o nome revelado temendo represálias.

Edileia já havia comprado junto aos colegas o anel de formatura. No semestre, ela também já começava a planejar a solenidade. Na próxima terça-feira, dia 22, faria uma apresentação na faculdade. “Mas agora é um sonho cortado pela metade”, como afirma a amiga e colega de curso Ana Cláudia Ferreira, 35 anos. “Ela era só alegria, só vivia sorrindo. Pensava em fazer pós e amava educação infantil”, lembra. Agora tudo será lembrança.

Os pais estavam consternados e não falavam durante toda a despedida. A dor nem sempre precisa ser dita.