Moradores do município de Simões Filho, localizado na Região Metropolitana de Salvador, reclamam da qualidade do transporte coletivo da cidade. De acordo com os usuários o tempo de espera nos pontos é grande, a situação fica mais complicada quando são obrigados a viajar com os veículos superlotados, com grande risco de acidente.
A técnica de enfermagem Marina Lopes, 30 anos, mora em Simões Filho, mas trabalha na cidade de Camaçari, e para chegar ao local de trabalho passa por situações de grande desconforto. Segundo ela, tanto o transporte municipal, como o transporte intermunicipal tem muito que melhorar. “Meus transtornos começam ao sair de casa, chego a ficar quase uma hora esperando um micro-ônibus da COOTASF, e para não perder mais tempo sou obrigada a viajar num veículo superlotado. Quando eu penso que a situação vai melhorar, vem a parte 2 da história; perco mais tempo a esperar outro transporte, desta vez da VSA e a situação não é diferente, também sou obrigada a viajar num veículo superlotado. Viajo na fé, com o coração na mão, com medo de que aconteça um acidente”, contou.
Ainda de acordo com a técnica de enfermagem, muitos trabalhadores acabam ficando nos pontos por conta da superlotação dos veículos.
Para a professora Maria Do Carmo, 38 anos, falta iniciativa da prefeitura e do governo do estado. "Não podemos ficar a mercê de um monopólio, apenas essas empresas servindo mal à população e ninguém toma uma posição". Ela afirma que a prefeitura e o governo do estado não estão cumprindo com seus papéis e que deveriam ter "uma visão mais ampla" dos problemas enfrentados pelos usuários do transporte municipal e intermunicipal, acabando de vez com o monopólio e buscando uma concorrência.
A cidade de Simões Filho tem mais de 110 mil habitantes e os usuários do transporte coletivo contam apenas com as empresas Expresso Metropolitano, única que faz o trajeto Simões Filho-Salvador; a VSA, única que faz o trajeto Simões Filho-Camaçari e Simões Filho-Candeias; e a COOTASF, única cooperativa que atende aos usuários do transporte de dentro do município.
Mesmo com o clamor da população, a AGERBA não demonstra interesse de que o monopólio acabe. Em fevereiro deste ano, o diretor da AGERBA, Eduardo Pessoa, concedeu uma entrevista ao diretor deste portal, o radialista Roque Santos, e falou da situação do transporte em Simões Filho e região metropolitana de Salvador. Segundo o diretor, mesmo com o monopólio de uma empresa na cidade, não há previsão de novas licitações, por causa do projeto de mobilidade do governo do estado, previsto para atender toda a região metropolitana com a integração dos sistemas de metrô e ônibus. “Não queremos inventar a roda, queremos aperfeiçoar o sistema”, disse Pessoa, na época. Vale salientar que este é um projeto que ainda está no papel.
No âmbito municipal, o secretário de transporte Denyson Santana, que assumiu a secretaria com esse grande problema que se arrasta desde outras gestões, informou que já existe um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que dá o prazo de 12 meses para que o transporte municipal seja licitado. Denyson informou ainda que uma empresa já está sendo contratada para fazer o plano de mobilidade do municício. O secretário já intensificou a fiscalização para os cumprimentos de horários e roteiros da cooperativa, inclusive com instalações de GPS para identificar os possíveis ‘virotes’.
Veja vídeo gravado por uma usuária do transporte municipal (COOTASF)