Gestores acreditam que o incêndio que destruiu um total de 830 cisternas do programa "Água para Todos", do governo federal, foi intencional.
O fogo que atingiu os reservatórios ocorreu na noite de sábado (13), na cidade de Maracás, no sudoeste da Bahia.
Uma reunião sobre o assunto aconteceu na tarde desta segunda-feira (15), na Governadoria, em Salvador. No encontro, foi anunciado que o governo federal vai repor todos os reservatórios destruídos.
"Foi criminoso, ocorreu na troca da guarda. Os indícios são de uso de combustível, o fogo se alastrou a partir da guarita, foi se desencadeando. Havia cheiro de combustível, segundo relato de testemunhas", apontou o diretor executivo da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), órgão da Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional.
O prefeito da cidade, Paulo dos Anjos, também fala em "ato criminoso".
"Eu concordo, mas não estou assegurando que foi. Não tinha como um fogo começar do nada. Estava 9°C em Maracás, muito frio. Foi na troca de vigias, não tinha ninguém lá. O local é seguro, cercado, acho que nem cigarro causaria aquilo", apontou o gestor.
O prefeito afirma que não sabe o que pode ter motivado o ato. "Não vai beneficiar o prefeito nem ninguém ligada ao prefeito, mas a população da zona rural. Quem seria tão canalha para fazer um ato desse?", disse.
O prefeito Paulo dos Anjos informa que o prejuízo com o incêndio está estimado em R$ 2,8 milhões.
O Departamento de Polícia Técnica (DPT) faz a perícia do caso. Peritos federais devem chegar à cidade na terça-feira (16). O G1 não conseguiu manter contato com a Polícia Civil do local por um problema na rede telefônica da unidade.
Em nota, o Ministério da Integração Nacional informou que as cisternas de polietileno não deformam com altas temperaturas, por isso, são adequadas à região do semiárido.
"A resina de polietileno somente pode fundir a uma temperatura de 147°C, sendo que na região do semiárido a temperatura máxima pode oscilar em torno de 50°C em períodos de clima mais severo". "É ainda relevante destacar que, a cisterna de polietileno possibilita maior rapidez na instalação, permite o abastecimento humano e a irrigação, além de ser uma tecnologia limpa e ecológica. É também material não tóxico, inodoro e impermeável", complementa.
Apuração
O Ministério da Integração Nacional informou que as cisternas são fruto de um convênio com o governo estadual, por meio da CAR. Estavam previstas a instalação de 1.057 cisternas no total, para benefício da mesma quantidade de famílias que vivem na seca.
A pasta informa que vai acompanhar a investigação do caso para que sejam tomadas as medidas jurídicas e administrativas. "A população receberá a mesma quantidade de reservatórios estabelecida inicialmente", diz, em nota, o ministério.
A aquisição e o transporte das cisternas são de responsabilidade do Departamento Nacional de Obras Contras as Secas (DNOCS); já o governo do estado pelo estoque e instalação das cisternas.
O diretor do CAR apontou, no entanto, que os reservatórios de água estavam em um terreno municipal.
O objetivo do programa do Governo Federal "Água para Todos" é levar água para as populações rurais em situação de pobreza, tanto para o consumo próprio como para a produção de alimentos e criação de animais.
As informações são do G1.