O principal suspeito de ter cometido o crime do empresário Sérgio Ricardo Santos Magalhães, 34 anos, na manhã de ontem, é um homem que em maio do ano passado tentou matar Sérgio a tiros na Avenida Garibaldi. Na ocasião, o empresário ficou um período hospitalizado.
A delegada Jussara Santos, titular da 7ª Delegacia (Rio Vermelho), que contribuiu com as investigações , disse em entrevista ao Correio, que o suspeito tinha uma relação de amizade com a vítima. “O suspeito é um morador da Barra, com quem a vítima mantinha contato frequente. Há cerca de três anos, o rapaz foi preso por tráfico de drogas e, na ocasião, ele acreditou que foi Sérgio que o entregou à polícia”, disse a delegada.
Segundo a polícia, o autor dos disparos tem mandado de prisão em aberto, portanto, é considerado foragido. A polícia, porém, não quis informar o nome do suspeito.
Sérgio não tinha passagem pela polícia. O corpo foi liberado ontem à noite para o cemitério Jardim da Saudade, onde será enterrado hoje, às 16h30.
Segundo a polícia, o assassino entrou no edifício Maison Polonaise, localizado na rua Guadalajara, pelo portão da garagem, que há dias ficava aberto durante o dia por conta de obras que estão sendo realizadas no prédio.
O CORREIO teve acesso às imagens das câmeras de segurança do edifício, que registraram o momento da execução de Sérgio, que segundo a polícia era dono da marca de roupas Green Soul, conhecida no interior do estado.
A garagem possui duas câmeras: uma próxima à entrada do portão e outra no corredor que dá acesso ao elevador. No primeiro momento, as lentes mostram quando Sérgio chega à garagem, sozinho, e abre o porta-malas do carro, o Stilo de placa HOG-0141. O veículo está estacionado de frente para o portão da garagem, que estava aberto por causa de uma obra no edifício.
Até então, Sérgio era a única pessoa presente no local e retorna para pegar as malas que havia deixado na porta do elevador. Quando ele retorna para o carro, as imagens mostram o assassino — homem branco, alto e forte, que vestia calça jeans, camisa de botão rosa e boné verde — entrando, com a arma na mão, correndo na direção da vítima e disparando.
A cena é testemunhada por duas pessoas que acabavam de chegar na garagem pelo corredor que dá acesso ao elevador: o faxineiro do edifício e um morador do prédio, advogado, que sairia para uma audiência. No momento dos disparos, eles correm para dentro do edifício.
Em seguida, o autor dos tiros foge pelo portão, em direção à rua. Nesse trajeto, as imagens mostram seu rosto: traços finos e uma barba falhada. Segundo a polícia, o assassino fugiu no banco de trás de um Fox que aguardava na rua, o que indica que outras duas pessoas estariam na frente e teriam participação na morte de Sérgio.
À frente da investigação, o delegado Alex Gabriel Chehade, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que o assassino trocou de camisa na fuga.
“Segundo testemunhas, ele saiu do prédio com uma camiseta, entrou no banco de trás do Fox e o veículo seguiu em disparada”, disse o delegado.
Após ter sido baleado, Sérgio chegou a ser socorrido em ambulância do Samu para o Hospital Jorge Valente, mas chegou morto à unidade.
Moradores disseram ter ouvido três tiros, mas o corpo da vítima apresentava cinco perfurações. “Eu pude constatar, numa análise preliminar, três perfurações na cabeça e duas no braço esquerdo. Alguns projéteis podem ter transfixado (perfurado o corpo). Só a perícia para afirmar a quantidade exata dos tiros sofridos pela vítima”, afirmou o delegado.
Sérgio era casado com uma médica e tinha duas filhas: uma de 14 anos e outra cuja idade não foi informada pela polícia.
O empresário morava há cerca de cinco anos no Edifício Maison Polonaise, situado na Rua Guadalajara. Segundo corretores de imóveis, um apartamento no edifício custa entre R$ 1,2 milhão e R$ 2 milhões. Sérgio morava no 18º andar, de 19 do edifício.