Foto: Fernando Amorim | Ag. A TARDEManifestantes pulam grade que dá acesso ao Tomé de Souza

O Movimento Passe Livre Salvador (MPL) deixou na quarta-feira, 21, a Câmara de Vereadores após 31 dias de ocupação. A saída dos dois únicos manifestantes que resistiram ao confinamento nas dependências da casa legislativa foi marcada por uma 'chuva' de ovos na sede da prefeitura e pela promessa de que, fora do legislativo, o movimento crescerá nas ruas.

Integrantes do MPL vão permanecer acampados na área externa da Câmara Municipal por tempo indeterminado. Os que ocupavam o plenário saíram sob elogios de funcionários. "Lá dentro, se comportaram muito bem.

Fizeram até faxina na área que utilizaram", disse Carlos Alberto Fagundes, diretor administrativo da casa.

Ao deixarem a Câmara, o MPL seguiu para a prefeitura, surpreendendo a segurança e atingindo com ovos o Palácio Tomé de Souza. Gritavam palavras de ordem e soltavam foguetes. Protestaram pela falta de diálogo com o prefeito ACM Neto (DEM), já que não houve a audiência que pleiteavam, embora a bancada governista na Câmara garanta que Neto sempre esteve disposto a recebê-los.

Conquistas
"Acabou o amor, isso aqui vai virar o inferno", cantarolavam repetidamente os manifestantes, que garantem contar com estudantes secundaristas e sindicatos mobilizados para promover, a partir de agora, paralisações em diferentes áreas da cidade.

"Reconhecemos que não teríamos mais nenhum ganho político diante da postura do prefeito, por isso não tinha mais sentido ficar aqui", afirmou o assessor de comunicação do MPL, que, ressalta as conquistas do movimento.

"Tivemos atendidas quatro das sete reivindicações feitas à prefeitura, embora não do jeito que queríamos", diz. "Podemos dizer que pautamos a prefeitura. Fora da Câmara, o movimento vai crescer ainda mais", assinalou.
O MPL atribui à sua luta resultados como a implantação do 'Bilhete Único' no período de duas horas, embora exijam quatro horas, extensão do programa 'Domingo É Meia' para usuários de smart card (querem R$ 0.75 para estudantes).

Foram abertas as planilhas de custos do Setps (embora questionem dados fornecidos) e convocado o Conselho Municipal de Transportes.

Para o vice-líder da bancada governista, Leo Prates (DEM), as medidas adotadas pela administração municipal são a resposta do prefeito às reivindicações.

"Ele demonstra a vontade de atender ao MPL e à população, agindo dentro das suas possibilidades", diz Prates, ao ressaltar que a carta encaminhada pelo MPL ao prefeito será avaliada. "A resposta virá em ações", disse. As informações são do A Tarde.