Destaques do jogo

fim da seca: André

Após cinco jogos sem marcar, o atacante vascaíno quebrou o jejum e anotou seu nono gol no Brasileiro. Mas isso não bastou para o Vasco vencer a partida.

Onome do jogo: Marquinhos

Com uma bomba na gaveta aos 44 minutos do segundo tempo, o jogador do Vitória fez um golaço e garantiu o resultado positivo para seu time.

Na bronca: torcida

A virada do Vitória no fim do jogo deixou os vascaínos irados. A torcida explodiu em protestos contra o time e contra o presidente Roberto Dinamite.

Conhecido por sua torcida como o time da virada, o Vasco provou de seu veneno na noite desta quarta-feira. Com dois gols no segundo tempo, o Vitória fez 2 a 1 e levou os três pontos de São Januário, afundando ainda mais o rival em crise e, de quebra, deixando para trás o momento de desconfiança com o segundo triunfo consecutivo no returno do Campeonato Brasileiro. Os gols baianos foram de Alemão e Marquinhos, com André abrindo o placar.

O bom início mascarou o que viria a ser a atuação da equipe carioca, que perdeu o ímpeto e permitiu ao Rubro-Negro que acordasse em campo. O resultado reflete como cada um vai sair da 22ª rodada: enquanto o Leão pulou provisoriamente para o sétimo lugar, com 30 pontos, o Cruz-Maltino permanece em 17º, na zona de rebaixamento, com 24, com chance de ser ultrapassado pela Portuguesa nesta quinta-feira (joga contra o Náutico). A torcida vascaína não perdoou e protestou muito contra o time e o presidente Roberto Dinamite. O estádio recebeu 3.508 pagantes (5.624 presentes), para uma renda de R$ 85.560,00.

No domingo, o Vasco busca a reabilitação contra o Atlético-MG, às 18h30m, no Independência.

– Ao levar o primeiro gol a gente já teve a sensação de derrota, e acabaram (os adversários) acertando um chute, mais uma vez no final do jogo, indefensável. Coisas que estão acontecendo com a gente. Agora é trabalhar para enfrentar o Atlético-MG com muita honra – declarou Juninho Pernambucano.

Já o Vitória recebe o Grêmio no sábado, às 21h, no Barradão. Autor do belo gol do triunfo, com um chute de fora da área que entrou no ângulo, Marquinhos explicou o lance.

– Os zagueiros estavam dando espaço. Já tinha olhado para os dois lados, tudo marcado. Tinha tentado três, quatro vezes, e nada de acertar no canto. Mas ali fui feliz de acertar. E agora é pegar mais confirnaça pra ajudar a equipe do Vitória.

Superioridade sem matar o jogo

Com outra postura, o Vasco começou a mil para tentar surpreender o adversário. Em questão de segundos, Marlone roubou uma bola de Victor Ramos, avançou e parou no goleiro Wilson. Na sobra, Juninho dividiu com a zaga e quase marcou. Sem dar espaços ao Vitória, o time da casa logo chegou ao seu gol, premiado pela intensidade: Fagner cruzou com perfeição, e André escorou de cabeça, aos sete minutos. Sem ligar para a vantagem, o Cruz-Maltino continuou em cima. E em dois momentos esteve muito perto de ampliar, com André e Marlone.

Apesar da pressão, a tranquilidade não veio. E o Leão ensaiou um crescimento ofensivo que jamais se confirmou ao longo da etapa inicial. Escudero e Vander (que entrou na vaga de Michel, machucado) criaram boas jogadas individuais, mas viram os companheiros falharem na pontaria, jogando fora as oportunidades. Tanto que Michel Alves, novo titular do gol vascaíno, não fez uma defesa sequer. Com ambos em fase irregular no Brasileirão, a primeira etapa não escapou dos lances feios, de disputas ríspidas no meio de campo e diversos passes equivocados. O nível técnico foi baixo.

Virada anunciada

Mesmo assim, a pequena torcida presente aplaudiu a equipe de Dorival Júnior pelo esforço em meio às dificuldades recentes cada vez mais claras dentro e fora de campo. E o Vitória de Ney Franco saiu preocupado. Não houve mudanças no intervalo, no entanto. Só que a partida se tornou mais aberta e equilibrada, com tempero. Em entrevista, Juninho já torcia para que o duelo tivesse acabado. De lado a lado, Yotún e Cajá por pouco não balançaram a rede antes dos dez minutos.

Mas o Vasco, pior defesa do torneio, soube controlar o rival, pouco efetivo, na maior parte do tempo com uma marcação aplicada e relativamente organizada. O Rubro-Negro, porém, aumentou a posse de bola perto do fim e, de tanto insistir, encontrou uma brecha. Alemão, que pouco antes substituíra Vander, aproveitou uma bola desviada e bateu de pé direito: 1 a 1, aos 35. Silêncio e apreensão na Colina. Que logo viraram protestos e vaias, e o time baixou a cabeça, num filme repetido.

Restava tempo. E foi o Vitória foi o dono dele. Como autênticos mandantes, os baianos imprensaram o Cruz-Maltino e chegaram ao triunfo com um belíssimo chute de longe de Marquinhos, aos 44 minutos, decretando a virada. Nos acréscimos, os cariocas até lutaram, mas, sem forças, sucumbiram mais uma vez à nuvem negra que ronda o clube. Na arquibancada, torcedores protestaram contra os jogadores e o presidente Roberto Dinamite.

*G1.