“No Sete de Setembro é algo mais organizado, são escolas e policiais, não é? Hoje é o dia que sai partido político, trabalhador em greve, pessoal de ONG. Eu considero isso aqui uma festa política”. Assim a dona de casa Deni Sena definiu o Desfile Cívico ocorrido hoje, dia 28 de setembro, em Camaçari. A cidade comemorou os 255 anos desde que o Alvará Régio deu à Aldeia do Divino Espírito Santo status de Vila, tornando-a emancipada.
O evento foi marcado, como de costume, pela pluralidade das expressões populares e também por descontentamento. Em frente ao palanque dos políticos, a fanfarra a Fanesce entoou o “Show das Poderosas”, de Anitta, e o povo começou a cantar, enquanto na bifurcação que dá acesso á Praça Abrantes havia evangélicos com cartazes chamando o povo para a Igreja. “A gente mostra esta carta porque muita gente veio para o evento beber cerveja”, contou um jovem que levava o cartaz e diz ser da Igreja Quadrangular.
E o desfile seguia com moradores da região da Orla da cidade (Arembepe, Jauá e Guarajuba) vestidos a caráter, com suas roupas de praia. Mais alguns jovens também levaram as questões ambientais para as ruas camaçarienses. “Esse dia a gente tem que aproveitar e falar coisas que toda a cidade precisa saber, como a poluição do Polo que tanto mal faz à nossa saúde”, disse a adolescente Karine Moureira, 15 anos.
Como foi dito pelo povo, a festa é política e lá estava o prefeito Ademar Delgado (PT) e coligados assistindo ao evento sob a proteção do toldo do palanque. Enquanto a oposição, debaixo de Sol, aproveitou e distribuiu panfletos. Até o meio dia, havia mais homenagem que protestos, mas corria entre a população boatos de que uma manifestação popular estava por ocorrer. A nossa reportagem não confirmou.
Trânsito lento
O trânsito estava congestionado nas principais imediações de acesso ao Centro de Camaçari. O ônibus da VSA que saiu de Simões Filho às 9h chegou à região do Mercado, na Praça Abrantes, às 10h10. O dobro do tempo normal. Ao chegar em Camaçari, na altura da região do Triângulo, o roteiro estava modificado em virtude do Desfile. O ônibus entrou pela Gleba E, dando voltas entre as ruas do bairro até chegar às proximidades da Feira, onde trânsito estava ainda mais congestionado.