A Polícia Civil de Minas Gerais diz ter provas de que quatro estudantes fraudaram o vestibular do Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam). Eles usaram "dublês" para ir bem na prova de Medicina no fim do ano passado, mas a fraude foi descoberta no exame grafotécnico e no depoimento dos suspeitos. Ouvidos em delegacia eles disseram desconhecer palavras que usaram na redação. Entre os estudantes, um é do município baiano de Guanambi, a 686 quilômetros de Salvador.

Os acusados são Marcos Lázaro Donato Barbosa, 23, de Guanambi (BA); Danilo Barbosa Resende, 18, de Porangatu (GO); Eduardo Bodanesi Fontana, 33, Lajes (SC); e Artur Queiroz de Oliveira, 28, de Natal (RN). Apenas um deles se antecipou e abandonou o curso durante as investigações. Os outros três estudantes atualmente moram em Patos de Minas e ainda estudam na Unipam.

Policiais iniciaram a apuração após denúncia da própria faculdade, que soube que um aluno foi visto em sua terra de origem no dia do vestibular. Os envolvidos seguem estudando, mas já respondem também internamente e podem ser expulsos no final do primeiro semestre. De acordo com o delegado Luiz Mauro Sampaio, eles desembolsaram entre R$ 20 mil e R$ 50 mil cada para uma quadrilha especializada nesse tipo de golpe.

O exame grafotécnico apontou que as assinaturas de quem fez a prova com as dos envolvidos não batiam. Eles também não souberam explicar respostas do vestibular ou termos usados na redação. Em uma delas, por exemplo, foi citado o ex-ministro Delfim Netto, mas o aluno afirmou desconhecer quem seria ele.

Eles foram ouvidos e liberados para responderem em liberdade porque não dificultaram as investigações, mas serão indiciados por falsidade ideológica, estelionato e falsificação de documento público. Somados, esses crimes podem render pena de até 16 anos de cadeia. (Fonte:A TArde)