Os depósitos em caderneta de poupança superaram as retiradas em R$ 2,61 bilhões no mês de abril, segundo informações divulgadas nesta terça-feira (7) pelo Banco Central. Isso representa novo recorde para este mês.
Até o momento, a maior captação líquida de recursos da poupança, para meses de abril, havia sido computada em 2007, no valor de R$ 2,04 bilhões. A série histórica do BC, para este indicador, tem início em 1995.
No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, o ingresso líquido de recursos na mais tradicional modalidade de investimentos do país somou R$ 13,19 bilhões, recorde absoluto para o período.
O recorde anterior, para o primeiro quadrimestre de um ano, havia sido registrado em 2010, no valor de R$ 5,94 bilhões. Com isso, o ingresso líquido de recursos na poupança mais do que dobrou, neste ano, em relação ao recorde anterior.
Aplicações, resgates e saldo da poupança
Em abril, de acordo com o BC, os depósitos na caderneta de poupança somaram R$ 116,85 bilhões, ao mesmo tempo em que as retiradas de recursos totalizaram R$ 114,24 bilhões. Já o volume dos rendimentos creditados nas contas dos investidores somou R$ 2,28 bilhões no mês passado.
Com o ingresso de recursos em abril deste ano, junto com o rendimento creditado na conta dos poupadores, o volume total de recursos aplicados na caderneta de poupança atingiu R$ 518 bilhões no fim do mês passado. No fechamento de 2012, o estoque de recursos na poupança totalizava R$ 496 bilhões e, em março, atingiu a marca dos R$ 513 bilhões.
Mudança de regras
Os números do BC mostram que a caderneta de poupança continua atraindo investimentos mesmo com a mudança do formato de rentabilidade, feita pelo governo em maio do ano passado. A nova regra do governo atrelou o rendimento da poupança à taxa básica de juros da economia definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), para evitar que outras aplicações financeiras de renda fixa perdessem atratividade frente à poupança em função da queda do juro básico.
Os recursos depositados a partir de 4 de maio de 2012 rendem o equivalente a 70% da Selic mais Taxa Referencial (atualmente zerada). Esse novo formato de rendimento da poupança foi aplicado, porém, somente quando a taxa básica de juros, definida pelo Banco Central, atingiu 8,5% ao ano – acionando o chamado "gatilho" para a mudança.
Com a Selic atualmente em 7,5% ao ano, a rentabilidade da poupança está em 5,25% ao ano. Pela regra anterior, que vigorava desde 1991, a poupança não podia render menos de 6,17% ao ano, mais TR. Mesmo com a mudança do rendimento da poupança, a modalidade continuou isenta do Imposto de Renda, e os recursos podem ser retirados a qualquer momento.
Pequeno investidor
Mesmo com rendimento menor, perdendo para a inflação, especialistas avaliam que a caderneta de poupança ainda é uma boa opção de investimento para pequenos poupadores, para pessoas que buscam aplicações de curto prazo ou que procuram formar um "fundo de reserva" para emergências – uma vez que não há incidência do Imposto de Renda.
Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto, programa do governo de compra de títulos públicos pela internet, há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa de administração. Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no resgate. As informações são do G1.