Será um Brasil x Inglaterra com Wayne Rooney, Frank Lampard e Neymar em campo. Mas o personagem principal será o Estádio Maracanã, fechado por dois anos e 10 meses e reaberto neste domingo cercado de expectativa. Nem tanto por sua nova cara, tão difundida em fotos e imagens. Mas pelo alto número de contratempos e polêmicas que envolveram sua reforma e inauguração.

A partir das 16h de domingo, o estádio reformado a um valor que ultrapassará R$ 1 bilhão voltará a receber público mesmo sem estar pronto. Um jogo festivo em abril levou mais de 20 mil pessoas ao Maracanã, mas as cerca de 75 mil esperadas para Brasil x Inglaterra colocarão à prova um estádio que ainda sofre com obras, entulhos e improvisações.

Tais condições colocaram sob ameaça até a realização do jogo. Na quinta, uma liminar emitida pela Justiça Carioca suspendeu por algumas horas o amistoso por conta da falta de segurança pelas obras ainda em andamento. A situação foi contornada, mas aumentou ainda mais o foco em cima de um estádio que carrega uma rica história e um futuro garantido.

O presente vai ser avaliado no último evento-teste antes da Copa das Confederações, que terá início em menos de 15 dias. O funcionamento da operação do jogo determinará os últimos ajustes antes de México x Itália, no dia 16 de junho, pela Copa das Confederações. A organização já avisa que será impossível chegar aos 100%, mas uma avaliação muito abaixo da média aumentará ainda mais as críticas a uma reforma de alto valor que terá prosseguimento até 2016 para adaptações aos Jogos Olímpicos.

Dentro de campo, o foco principal estará em Neymar em seu primeiro jogo pela Seleção desde a transferência para o Barcelona. Blindado pela comissão técnica durante a semana por conta da repercussão atingida por sua venda, o jogador vem de fracas atuações e será cobrado por evolução. Após a partida, ele será liberado para ir a Barcelona, se apresentar ao novo clube e voltar para Goiânia na sequência da preparação brasileira para a Copa das Confederações.

Com uma derrota e dois empates dirigindo o time principal – sem contar amistosos contra Bolívia e Chile, desde que voltou à Seleção, Felipão tentará acabar com a sina do Brasil de vencer um campeão mundial. Desde 2009 isso não acontece. No atual ciclo, iniciado por Mano Menezes em 2010, o País perdeu para a Argentina (2 vezes), Alemanha, França, Inglaterra e empatou com a Itália. O retrospecto é preocupante.

"Faz tempo que a gente não ganha um jogo contra seleções mais importantes. É um jogo bom para termos alguma retribuição da torcida. Se apresentamos bom futebol, podemos começar a resgatar alguma imagem para a Copa das Confederações. É um jogo que pode nos dar mais confiança. Não vai ser uma final, mas é importante", avaliou o treinador.

Durante a semana, ele indicou a titularidade a Lucas completando o quarteto ofensivo ao lado de Oscar, Neymar e Fred, mas não será surpresa se Hulk for escalado. Com Fernando e Paulinho de volantes e Fred confirmado apesar de suas dores na costela, o time deve ter ainda como possível experiência, pelo menos no segundo tempo, a presença de Filipe Luís na lateral esquerda no lugar de Marcelo.

"O time que tenho amanhã, se me der a resposta, o equilíbrio tático que espero, pode ser o time da Copa das Confederações. Quando vejo vocês falando o Felipe não quer volante que faz gols…. claro que quero. Só não quero tomar 100 gols. Este equilíbrio, quando conseguir, vou manter. Se me derem resposta, 95% permanecem. Falta muito ainda porque trabalhar taticamente precisa de tempo e a gente vai trabalhando conforme tem possibilidade", afirma.

Entre o turismo e ao amistoso

Desde que pisaram no Rio de Janeiro, os ingleses não pararam. O goleiro Hart visitou uma comunidade carente, outros estiveram no Cristo Redentor e Wayne Rooney até pegou uma praia. Paralelamente, o time fez uma preparação leve, sem coletivo, para o jogo que marca fim de temporada para alguns deles.

O time em campo será muito parecido com o que derrotou o Brasil em Wembley por 2 a 1 em fevereiro, mas David Luiz espera uma postura diferente. "Eles vão esperar mais no campo deles, até por causa do clima", disse, referindo-se ao calor carioca, muito diferente do fog londrino. *Portal Terra