Comerciantes que mantêm lojas no trecho em obras da Avenida Radial A, Centro de Camaçari, estão fechando as portas e demitindo funcionários. O motivo são as condições em que se encontram a avenida e o andamento dos serviços de revitalização do Rio Camaçari, alguns lojistas já registram queda nas vendas de mais de 80%, e outros perderam clientes.
A gerente de uma loja de colchões, que não quis se identificar, já demitiu metade dos funcionários. "Já demiti cerca de 50% do quadro de funcionários por causa da queda nas vendas, que já caiu cerca de 80%", reclama.
Lusia Silva trabalha como cartucheira em uma loja ao lado da obra e diz não aguentar mais a sujeira provocada pelo serviço de revitalização. “É muita poeira, o pessoal limpa agora e daqui a pouco está limpando de novo. Só não tem poeira quando está chovendo. Na loja todo mundo já ficou doente por causa da poeira”, revela.
A gerente Inforpel, Sirleusa Brandão também reclama da sujeira. “A gente limpa a loja hoje e amanhã já está suja de novo, nem parece que limpou”, conta Sirleusa. Os transtornos causados pela obra não param por aí, algumas lojas inclusive já fecharam as portas. “Pelo menos duas lojas já fecharam na rua por causa da queda nas vendas”, revela.
Ainda segundo Sirleusa a obra tem prejudicado bastante as lojas da avenida e tem dificultado o acesso de carros e pedestres. “Isso afetou todo mundo porque aqui é a rua principal. Vai para o Polo Industrial e para Salvador”, diz Sirleusa.
O tráfego de veículos está difícil no trecho em obras. Cliente de uma loja da Radial A e frequentadora assídua do local, Azenete Pereira reclama da dificuldade de acesso à avenida. “O transtorno é geral. O acesso ficou mais difícil e eu vim a pé porque não adianta vir de carro, senão eu teria que atravessar a cidade toda”, conta Azenete.
A prefeitura de Camaçari ficou deu o prazo de 90 dias para a conclusão da obra. Mas, já se passaram 132 dias.
Movimento em queda, comércio em risco
Demissões também aconteceram após a obra e a queda de movimento. “Eram seis funcionárias na loja, agora só temos quatro”, diz Sirleusa.
Segundo comerciantes o movimento caiu 99%. “O movimento na loja caiu 99% desde que essa obra começou”, conta Lusia Silva, funcionária da Inforpel. A freqüência no local também não é mais a mesma. “Eu trabalho aqui há três anos e nunca vi o movimento tão parado”, acrescenta Lusia.