O governador Jaques Wagner lamentou nesta segunda-feira, 24, os recentes confrontos entre policiais e manifestantes na região do Iguatemi em Salvador. Ele esteve em Brasília no encontro entre a presidente Dilma Rousseff com governadores e prefeitos de capitais brasileiras.
"Eu não conheço nenhum outro caminho que não seja o do diálogo e da negociação. O que aconteceu no Iguatemi foi o ponto fraco de um processo que estava sendo muito bem conduzido. Acho que houve uma precipitação diante da preocupação em liberar logo a via", disse Wagner.
O governador voltou a dizer que vai trabalhar sempre para garantir o direito de manifestação, bem como o direito de deslocamento dos trabalhadores e o patrimônio público e privado. "Eu acredito que o protesto não deveria ter como objetivo necessariamente obstruir a cidade, porque isso acaba jogando o cidadão contra quem está protestando", avaliou.
Dois de julho
Segundo o governador, as recentes manifestações registradas no Estado não irão alterar a agenda dele nas comemorações do Dois de Julho.
Normalmente o governador participa da transferência da capital da Bahia para Cachoeira, no dia 25 de junho (terça-feira), em homenagem à participação das cidades do Recôncavo nas lutas pela Independência da Bahia. E no Dia 2 de Julho, ele participa do Desfile Cívico.
"Vou manter a minha agenda exatamente como estava programada. É uma festa popular onde todo mundo tem o direito de se manifestar e eu espero que tudo aconteça dentro do padrão", disse o governador.
Abertura do diálogo
Para o governador, a iniciativa da presidente Dilma Rousseff de propor uma reforma política vai ajudar a "reconciliar a classe política e a sociedade" no Brasil. "Acredito que o grito das ruas reflete uma crise de representação. Por isso um plebiscito com uma Assembleia Constituinte específica é importante para que as pessoas saibam que vão participar do processo", destaca.
Segundo Wagner, todos os presentes ao encontro em Brasília esperavam que a presidente tratasse da reforma política. "A reforma política é a mãe de todas as reformas. Acredito que a presidente deu um passo importante para um reencontro com a democracia representativa", diz. * A Tarde.