Novas especificações sobre a gasolina vendida no Brasil deverão ser seguidas a partir desta segunda-feira (3). Especialistas destacam que, com a novidade, o combustível acabou ganhando em qualidade e está mais próximo do padrão europeu. Porém, isso pode pesar mais no bolso do consumidor na hora de abastecer.

No fim de junho, a diretora de refino e gás natural da Petrobras, Anelise Lara, disse que o litro da gasolina teria uma tendência a ficar mais caro com as novas especificações do derivado.

Segundo a Petrobras (responsável pela produção de cerca de 90% da gasolina vendida no território brasileiro), as mudanças valem para a gasolina do tipo C (comum) e premium (aquela indicada pelas fabricantes de carros esportivos). A estatal ressalta ainda que já segue os novos parâmetros, inclusive, no padrão que só entrará em vigor em 2022.

Em resumo, três novidades envolvem os novos parâmetros da gasolina. Um deles, por exemplo, é a exigência de uma massa específica mínima, ou densidade, que corresponde a quantidade de uma substância em um determinado volume. Para a gasolina, o padrão mínimo é 715 kg/m³, ou seja, cada litro de gasolina deve pesar, no mínimo, 715 gramas. Anteriormente, não havia um indicador.

O segundo parâmetro é a mudança no método de contagem da octanagem da gasolina, o que significa dizer, a alteração no nível de resistência da gasolina a compressão no motor. Quando a mistura de gasolina com ar entra na câmara de combustão, o pistão faz um movimento de compressão, até que a vela solta uma faísca que promove a explosão.

O IAD exigido para a gasolina brasileira era de 87 octanos. Entretanto, segundo as novas regras, a gasolina deve ter 92 octanos, conforme a metodologia RON.

A partir de 2022, o RON exigido sobe mais um pouco, chegando a 93 octanos. O padrão RON é mais usado na Europa, adequado para motores modernos.

Já o terceiro parâmetro, diz respeito a introdução da temperatura mínima de 77 °C para a destilação de 50% da gasolina. Antes, havia apenas um teto para a destilação, de 80 °C.

Com relação a economia no consumo, o índice não é um consenso entre os especialistas; ele varia de 3% a 6%. No entanto, os técnicos asseguram que o novo padrão da gasolina brasileira deixa os carros mais econômicos porque otimiza a queima do combustível.

Quanto a empresa, ela ainda não informou qual deve ser a diferença nos preços. Nesse caso, também é preciso considerar que a Petrobras já está fornecendo a nova gasolina para as distribuidoras.

Em nota, a Petrobras frisou que “o ganho de rendimento de 5%, em média, proporcionado pela nova gasolina compensará uma eventual diferença no preço da gasolina”, e que “o preço do combustível é definido pela cotação no mercado internacional e outras variáveis”.

Ademais, apesar de a nova gasolina ter sido projetada para motores modernos, que contam com injeção direta, por exemplo, os propulsores mais antigos também serão beneficiados com o combustível de melhor qualidade, afirma alguns especialista da área.

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