De acordo com cientistas que atuam no Instituto Karolinska, localizado na Suécia, foram encontradas células de defesa capazes de reconhecer o novo coronavírus (Covid-19) no sangue de pessoas que não tiveram anticorpos detectados para o vírus.

Na pesquisa, que foi publicada na última sexta-feira (14) pela revista científica “Cell”, os pesquisadores revelam que as células encontradas são do tipo “T”; segundo eles, elas são responsáveis, entre outras tarefas, por destruir células infectadas com o vírus.

Dessa maneira, assim como os anticorpos, elas trabalham como parte ativa da resposta imune do corpo humano à infecção causada pelo novo coronavírus, no entanto, a atuação acontece de forma diferente.

Essa descoberta, na verdade, chega para reforçar outros estudos que já vinhamdando base a ideia de que os anticorpos para a Covid-19 tendem a desaparecer, enquanto outro tipo de resposta imune, a celular, tende a ser duradoura. Ou seja, com esses dados os cientistas reforçam que é possível que essas pessoas tenham tido esses anticorpos em algum momento, mas, com o tempo, ele foi “sumindo”, deixando apenas a resposta celular.

“O método de detecção é importante. Para medir o anticorpo, você tira um retrato daquele momento. Não detectar o anticorpo não significa que ele não esteja lá”, detalha Natália Machado Tavares, pesquisadora de imunologia e patologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na Bahia.

“Já a célula você reestimula in vitro. Então é como se ela estivesse sendo exposta de novo ao vírus”, completa Machado. “Você está vendo a função da célula – é como se você induzisse a célula a responder. Já o anticorpo, não”, completa a pesquisadora.

Ademais, para os cientistas da Suécia, os resultados do estudo ainda levantam a possibilidade de que, ter sido exposto ou infectado ao novo coronavírus pode garantir proteção contra novas infecções,tendo em vista que apesar de os anticorpos “sumirem”, a capacidade de resposta e “lembrança” das células “T” continua lá.

Essa capacidade das células T, de “lembrarem” da Covid-19, está sendo amplamente estudada pela ciência. Saber como elas funcionam pode ajudar a entender se é possível haver uma reinfecção da doença, em um curto período. Entretanto, isso ainda não está totalmente definido.

5 1 voto
Article Rating