Por conta da reclamação de pacientes, a direção do Hospital Roberto Santos, em Salvador, resolveu limitar o acesso de religiosos na unidade de saúde. O modo de abordagem e o risco de infecção foram dois dos motivos alegados pelo hospital para a nova medida.
Seguidores de várias crenças alegam que, desde o fim de 2012, não conseguem entrar no hospital com facilidade. "Eles dizem que é porque as pessoas oram muito alto e que, às vezes, até discutem", comenta o aposentado Cremildo Macedo.
A diretora do hospital informa que não há proibição, mas que precisou mudar as regras de acesso dos religiosos ao hospital. "Eles [pacientes] diziam que naquele momento eles não desejariam, que foram abordados, causando constrangimento, em alguns momentos. Fora isso, a questão também das práticas de controle de infecção", afirma a gestora da unidade hospitalar, Delvone Almeida.
A lei federal garante o acesso dos religiosos, mas aponta que eles precisam seguir as normas do hospital. Agora, só é permitida a entrada no Hospital Roberto Santos depois que o paciente solicita.
A Pastoral da Saúde, ligada à Igreja Católica, realizou uma missa campal na porta do hospital nesta quarta-feira, em protesto contra a situação.Das janelas, pacientes acompanharam a celebração. "Peço, em nome da nossa Constituição, para que não só abram as portas, mas que escancarem as portas dos hospitais para o nosso trabalho pastoral, que não é só religioso, é também um grande trabalho social", opina o padre Jorge Brito. "A lei é clara, dá o direito do religioso entrar, pregar, desde que não ofereça risco à saúde do paciente e que também não vá de encontro à fé alheia", diz o advogado Moacir da Paixão.
Aniversário
O hospital, localizado no bairro Cabula, completou 34 anos na terça-feira (5), e é considerado o maior da rede pública do Norte e Nordeste do país. São 600 cirurgias realizadas por mês e 300 partos, de acordo com o governo. Cerca de 500 pacientes são atendidos diariamente nas três emergencias: adulto, pediátrica e obstétrica.
A unidade é referência no atendimento de pacientes com doenças renais dialíticas, emergências neurológicas e neurocirúrgicas, cirurgias ortopédicas, cirurgias vasculares, hemorragias digestivas, Aids, envenenamentos, abdomes agudos cirúrgicos e emergências em doenças bucomaxilofaciais, informou o governo. Fonte: G1 Bahia