“Quem não amou a elegância sutil de Bobô”. Da geração de atletas de 2016, ninguém. Provavelmente, muitos torcedores do Bahia, ao ouvirem esta frase, relembrem com orgulho o título brasileiro de 88 e concordem com o verso de Caetano Veloso em “Reconvexo”. Mas há uma outra parte, até mais ligada ao esporte, que discorda completamente do cantor e compositor baiano em relação ao atual diretor geral da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb). Esta é a geração de atletas baianos que poderiam, e ainda podem, lutar por uma vaga nos Jogos Olímpicos de 2016. Uma geração órfã que sofre com o descaso, promessas repetidas à exaustão e a falta de perspectiva no estado que poderia ser um celeiro do esporte olímpico.

A Bahia, terra do axé, do carnaval, dos Novos Baianos, de belas praias em um vasto litoral, de Gil, Caetano, Bethânia, Raul Seixas, Acelino Popó Freitas e Daniel Alves não pode dizer que é, também, a Bahia do esporte. As modalidades olímpicas do estado, que já foram tão bem representadas por Ricardo no vôlei de praia e Formiga no futebol feminino, padecem sem uma estrutura adequada. Falta piscina, falta ginásio, falta pista, falta estrutura. Só não falta a vontade de, mesmo diante de um cenário intimidador, vencer as adversidades. Nesta sexta-feira, quando Salvador completa 464 anos, o governo diz entregar a Arena Fonte Nova como um presente para a população. Mas o esporte olímpico não tem direito nem a uma lembrança de fim de festa.

Terreno onde deveria ter sido construída a piscina olímpica de Salvador (Foto: Ida Sandes/G1 Bahia)

Com duas matérias especiais, o GLOBOESPORTE.COM mostra um pouco da atual situação dos esportes olímpicos baianos. Nesta sexta-feira, presidentes de federações e autoridades públicas fazem um balanço do atual cenário. Na próxima segunda, os atletas que continuam na Bahia relatarão o que vivem no estado e aqueles que tiveram que mudar de ares apresentarão suas justificativas.

Uma esperança de mudança na Bahia eram as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Com os Jogos no Brasil, em 2016, o estado poderia pegar o embalo e iniciar uma nova era esportiva. Mas, a três anos da maior competição do esporte mundial, os atletas baianos seguem como se praticassem, ao pé da letra, o esporte amador.

– Todo grande evento internacional tem como objetivo deixar um legado. A Copa das Confederações e a Copa do Mundo deveriam deixar um legado, mas, aqui em Salvador, infelizmente, nosso legado foi retirado. Um ciclo olímpico com um atleta tem de ser feito com oito a dez anos de antecedência. Para se fazer com seis, quatro anos, só se for com varinha de condão – lamenta o presidente da Federação Baiana de Atletismo, Og Robson.

Desgastada pelo tempo, placa anuncia construção do ginásio em Salvador (Foto: Ida Sandes/G1 Bahia)

O período de preparação do ciclo olímpico citado pelo dirigente corresponde exatamente ao início do retrocesso nas modalidades no estado. Em 2007, quando a Bahia deveria ter iniciado o planejamento para os Jogos Olímpicos, aconteceu o contrário. A única Vila Olímpica do estado foi fechando as portas aos poucos. A estrutura ficava na antiga Fonte Nova, interditada após o acidente que matou sete pessoas, e demolida por completo em 2010.

– A Bahia não está se preparando para nada. Nós não temos nada. Se tivermos algum atleta que represente o estado, vai ser na maratona aquática, corrida de rua, vôlei de praia, porque estas não dependem de estrutura – avalia o presidente da Federação Baiana de Desportos Aquáticos, Sérgio Silva.

Coincidência ou não, nas últimas duas Olimpíadas, excetuando o boxe comandado por Luiz Dórea, apenas um baiano que treina em Salvador conseguiu se classificar: o nadador Allan do Carmo. Ricardo (vôlei de praia), Formiga e Fabiana (futebol), Erlon Silva (canoagem), Ana Marcela (maratona aquática) e Marcela Menezes (ginástica rítmica) são baianos, mas tiveram que deixar o estado para alavancar a carreira.

A Bahia não está se preparando para nada. Nós não temos nada."

Sérgio Silva

A responsabilidade de conceder a estrutura adequada para a prática do esporte no estado é da Sudesb. Gerido pelo ex-jogador Bobô, o órgão não conseguiu manter e repor os equipamentos esportivos do estado. Texto extraído do site da entidade descreve os objetivos da autarquia:

"O fomento do desporto, recreação e lazer na Bahia, a Sudesb orienta, prepara, difunde e supervisiona a prática do desporto; planeja e executa a busca sistemática de talentos e fomenta sua formação; coordena, supervisiona e subvenciona as entidades desportivas atuantes no Estado; promove a administração e manutenção da Vila Olímpica da Bahia, bem como dos demais equipamentos esportivos e de lazer do Estado; promove o desporto e a construção de equipamentos esportivos, recreativos e culturais de interesse comunitário; apóia, técnica e financeiramente, o esporte amador; promove a realização de competições esportivas; promove a cobrança, do que lhe for devido, pelo uso ou utilização das unidades e instalações esportivas; executa obras de interesse social em decorrência da celebração de convênios, acordos ou ajustes, além exercer outras atividades que visem à consecução de sua finalidade de desenvolvimento do esporte e do lazer em todo o Estado”.

Sem a Vila Olímpica, a prioridade do Governo do Estado tem sido a construção do Centro Pan-Americano de Judô. Além desta obra e da Arena Fonte Nova, não foi feito nenhum outro grande investimento que dê estrutura para os atletas se prepararem para os Jogos Olímpicos de 2016. Na verdade, o plano parece ser outro.

– Com a construção do Centro Pan-Americano de Judô, que é uma prioridade do nosso governo, queremos ser referência no esporte que mais traz medalhas para o Brasil. Vamos começar uma preparação para o ciclo olímpico de 2020. A inserção de atletas baianos (no cenário de alto nível) é a longo prazo. Aos poucos. De incentivo, temos o Faz Atleta e o Bolsa Esporte, mas quem define quem vai receber a bolsa é a federação. Não cabe ao governo organizar campeonatos. Cabe dar infraestrutura. Essa coisa da organização é com as federações. Nós repassamos o investimento – defende o titular da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Nilton Vasconcelos, ao qual a Sudesb é vinculada.

Vamos começar uma preparação para o ciclo olímpico de 2020. A inserção de atletas baianos (no cenário de alto nível) é a longo prazo"

Nilton Vasconcelos

Os programas citados pelo secretário são utilizados para atletas de destaque estadual e dão suporte financeiro ao longo do ano. Em 2012, de acordo com a Sudesb, 143 atletas foram beneficiados pelo Bolsa Esporte e outros 45 pelo Faz Atleta. Apesar de serem reconhecidos como projetos de apoio, os programas não são encarados como salvação pelos esportistas.

– Há alguns programas paliativos, mas não são soluções. Não temos estrutura para o esporte olímpico na Bahia. O Faz Atleta e o Bolsa Esporte são importantes, mas têm questões que precisam ser revistas. A duração dele, por exemplo, é de um ano, e a renovação não é automática. Um ano é pouco. O atleta não pode ter somente o suporte por um ano. Seria bom que o projeto fosse dado por, pelo menos, quatro anos – alerta Marcelo Moreira, presidente da Federação Baiana de Judô (Febaju).

Atletismo

Desde que a Fonte Nova foi interditada, o atletismo da Bahia não tem uma casa própria. A única pista do estado com dimensões internacionais – dentro das especificações da IAAF (Federação Internacional de Atletismo) – é a do Sesi de Simões Filho, a 31 quilômetros de Salvador.

– Estamos procurando a assinatura de um convênio com o Sesi, mas é muito pouco para o esporte. A nossa grande intenção era de contar com uma pista de qualidade aqui em Salvador. Essa é uma geração que teve poucas oportunidades, poucas opções. Nós tínhamos pistas ultrapassadas e, hoje, nem isso mais – lamenta o presidente da federação estadual.

Em Salvador, as únicas pistas existentes estão na Escola de Administração do Exército (EsAEx), na Pituba, e na Vila Militar do Bonfim, na Avenida Dendezeiros. As duas são feitas de pó de pedra, material sem aderência, que deixa o atleta mais propenso a lesões. Em 2010, houve a promessa da colocação do piso emborrachado na pista da Vila Militar, mas a reforma, já iniciada, não tem previsão de conclusão.

Pista de Pituaçu tem pontos cegos e não é utilizada para o esporte (Foto: Ida Sandes/G1 Bahia)

Uma saída na capital seria a utilização da pista ao redor do gramado no estádio de Pituaçu. No projeto original do estádio, na ocasião de sua reforma, constava uma pista de atletismo. Com a obra finalizada, porém, foram detectados pontos cegos que impediram a utilização da área.

– Pituaçu tem uma pista de atletismo que não é oficial. A pista oficial do estado é a pista de Simões Filho, no Sesi, que é uma pista de primeira linha. Há um estudo de viabilidade para tirar de Pituaçu uma fileira de arquibancada, que é muito próxima do alambrado, para dar visibilidade à pista. Perderíamos uns mil lugares. Mas essa redução ainda está no campo da “especulação”. Mas já há um estudo preliminar – justifica o secretário Nilton Vasconcelos.

Remo

O vasto litoral com uma grande área de baía, as lagoas, rios e diques poderiam sugerir que a Bahia tem a condição perfeita para a prática do remo. Na teoria, sim. Na realidade, é bem diferente. Na capital, por exemplo, há apenas uma raia olímpica. Localizada na Ribeira, ela tem sido prejudicada pela poluição e pelas crescentes marinas na região.

Apenas quatro clubes (Vitória, Itapagipe, Santa Cruz e São Salvador) disputam as competições promovidas pela federação estadual. Sem a estrutura adequada, os dois principais atletas do estado – Fábio Moreira e Samuel Lucas – foram para o Rio de Janeiro.

Para tentar mudar a situação, o governo tem investido em duas frentes. De um lado, a Sudesb adquiriu oito embarcações, mas depende de trâmites burocráticos para entregá-las. Do outro, existe a intenção de fazer com que as competições não sejam realizadas apenas na Ribeira.

Há um projeto da criação de uma raia de remo na lagoa de Pituaçu. Começou um projeto de uma raia paralimpica "

Nilton Vasconcelos

– Há um projeto que envolve mais secretarias e que está na Conder (Companhia do Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia), que é da criação de uma raia de remo na lagoa de Pituaçu. Começou também um projeto de uma raia paralímpica. Seria um complexo eco-esportivo. Envolve diversas secretarias. É uma raia no espelho d’agua. Estão acontecendo estudos. Aquilo lá, na verdade, é uma barragem – explica Nilton Vasconcelos.

Apesar de a estrutura não ser a ideal e da demora por mudanças e melhorias, o presidente da Federação de Remo, Adroaldo Mendonça Junior, lembra de casos esporádicos para manter o otimismo em relação aos Jogos Olímpicos de 2016.

– A Bahia ainda não perdeu o tempo. Oito a 10 anos é o ideal para preparar um atleta. Mas, em Londres, teve uma mulher que tinha assistido à Olimpíada passada, se empolgou e ganhou medalha. Mas isso é uma raridade. De 100, talvez três ou quatro despontem – justifica o dirigente.

Judô

O judô pode ser considerado o segundo esporte da Bahia. Não em termos de atletas, torcedores ou eventos. Mas em investimento. Fora o futebol, a modalidade é a única que tem um grande projeto elaborado pelo Governo do Estado.

– Hoje, o investimento mais alto na Bahia é no futebol. A Fonte Nova e o Centro de Judô foram os dois únicos investimentos no esporte da Bahia – reconhece o presidente da Febaju, Marcelo Moreira.

A Fonte Nova e o Centro de Judô foram os dois únicos investimentos no esporte da Bahia"

Marcelo Moreira

O projeto existe, mas ainda não pode ser utilizado. Apesar da perspectiva de melhora, o esporte vive situação semelhante às outras modalidades no estado. Sem local adequado de treinamento, a Febaju tenta fazer um acordo com o governo e o Sesi. Batizado de Judô Lutando pela Bahia, o projeto prevê a utilização do equipamento de Simões Filho – no mesmo local da pista de atletismo – pelos judocas.

– Para quem não tinha nada, ter esse centro de treinamento é bom, mas para 2016 é tarde. Em três anos, o atleta não pode ter muita história. Começar agora não é a forma correta, mas pode ter sucesso para um atleta – pondera o dirigente.

Taekwondo

Assim como o judô, outra arte marcial que sofre sem um espaço para treinamento é o Taekwondo. Sem grandes academias ou clubes, o presidente da federação estadual, José Carlos, acredita que a ausência de um ginásio seja a principal carência da modalidade e dos principais esportes baianos.

– Começa pela dificuldade de equipamento. Salvador não tem um ginásio esportivo, nem municipal nem estadual. É a única capital que não tem um ginásio para esporte olímpico. Falta equipamento. Nossa maior dificuldade é a realização de eventos – reclama.

Local onde era o Balbininho hoje é estacionamento

da Fonte Nova (Foto: Ida Sandes/G1 Bahia)

O único ginásio da capital era o Antônio Balbino, que estava localizado no Complexo Esportivo da Fonte Nova. Depois de abrigar jogos de vôlei, futsal e eventos de lutas, ele foi interditado quando já estava ultrapassado e demolido junto com o estádio. Em seu lugar, está hoje em pé o estacionamento da Arena Fonte Nova.

Promessas de substituição foram constantes. A última delas foi o Ginásio de Cajazeiras. Lançado no dia 17 de outubro de 2008, o plano sofreu com diversos atrasos e mudanças nas obras. O prazo de conclusão, inicialmente de um ano, foi prorrogado diversas vezes e agora é esperado para o segundo semestre deste ano. Os grandes eventos esportivos pensados para o ginásio já foram descartados.

– Não é um ginásio que vai suprir as necessidades esportivas do estado. Isso será feito pelo ginásio de Pituaçu. Tínhamos um estudo de viabilidade para a construção de um ginásio em uma área de Pituaçu (no lado do estádio). No entanto, esse local foi selecionado para a duplicação da avenida Pinto de Aguiar. Será uma via subterrânea e, com isso, não haveria espaço. Agora temos que refazer os estudos. A ideia é a construção de um ginásio para oito mil pessoas. Ele não inviabiliza o ginásio de Cajazeiras, que seria algo mais local. O ginásio de Pituaçu teria capacidade para oito mil pessoas e focado nas modalidades de quadra. Também temos a intenção de que as federações possam funcionar lá, em um prédio anexo, usando como sede. Mas estamos na fase de estudos de projeto – explica o secretário Nilton Vasconcelos.

Obras do Ginásio de Cajazeiras ainda estão longe de serem concluídas (Foto: Ida Sandes/G1 Bahia)

Sem um local adequado em Salvador, Porto Seguro tem se tornado um dos pólos do Taekwondo no estado. Local onde o Brasil foi descoberto, a cidade tem utilizado também o turismo esportivo para ganhar força na modalidade.

Natação

Em situação semelhante à do Taekwondo está a natação baiana. Desde que o Parque Aquático da Fonte Nova foi soterrado para a construção da nova arena, Salvador não conta com uma piscina olímpica. A promessa do governador Jaques Wagner era de que uma Vila Olímpica, orçada em R$ 20 milhões, seria construída na região de Pituaçu. Nela, estaria a tão sonhada piscina.

Projeto da construção da piscina da Fundac, em Salvador, prevê um grande complexo (Foto: Divulgação)

Enquanto a promessa não se transforma em realidade, um projeto alternativo foi apresentado. Em 2009, foi lançada a piscina olímpica da Fundac (Fundação da Criança e do Adolescente), na Avenida Bonocô, na capital baiana. As obras deveriam começar em dezembro de 2010 ou janeiro de 2011.

No local da piscina, só é possível visualizar o terreno demarcado (Foto: Ida Sandes/G1 Bahia)

– Quando o projeto foi lançado o prazo dado para a gente foi de nove meses. Já se passaram dois anos, e até agora nada – critica o presidente da Federação Baiana de Desportos Aquáticos, Sérgio Silva.

Quadras em Pituaçu estão ultrapassadas e não

recebem eventos (Foto: Ida Sandes/G1 Bahia)

À espera da conclusão das obras, que ainda estão em estágio inicial, os atletas ouviram, nas últimas semanas, uma nova promessa. O senador Walter Pinheiro afirmou que pretende transformar o estádio de Pituaçu em uma arena olímpica. Mas a informação foi negada pelo secretário Nilton Vasconcelos.

– Não sei exatamente o porquê dessa declaração. O que sei é que temos o apoio da bancada federal de deputados e senadores para captação de recursos através de emenda parlamentar. A partir dessa possibilidade, iniciamos estudos de termos de referência, mas, por conta da duplicação da Pinto de Aguiar, tivemos que fazer outro estudo – contrapõe o titular da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia.

Sudesb apresenta resultados e promessas

Procurado pela reportagem do GLOBOESPORTE.COM, o diretor geral da Sudesb, Raimundo Nonato (Bobô), preferiu que a entrevista fosse feita através de e-mail. As perguntas tiveram que ser enviadas para a assessoria de comunicação do órgão e respondidas também pelo meio virtual.

Na capital, será entregue o Parque Aquático, com duas piscinas, uma olímpica e outra semi-olímpica"

Bobô

Nem todos os questionamentos enviados foram devidamente respondidos. Apesar de as perguntas terem como foco o esporte de alto rendimento, a assessoria da Sudesb destacou projetos de iniciação e parcerias com prefeituras para praças de lazer.

Em 2010, Bobô havia prometido que a Bahia teria, no ano de 2011, dez piscinas (sendo nove semi-olímpicas), um ginásio com dimensões internacionais, duas pistas de atletismo e a Vila Olímpica de Pituaçu. Ao ser questionado sobre o que foi feito mais de dois anos depois da promessa, ele respondeu:

– Seis piscinas semi-olímpicas já foram entregues pelo Governo do Estado, através de convênios com prefeituras, nas cidades de Senhor do Bonfim, Miguel Calmon, Teixeira de Freitas, Guanambi, Correntina e Irecê. Uma pista de atletismo em pó de brita foi entregue no município de Jaguarari. Outras duas piscinas semi-olímpicas estão sendo construídas nas cidades de Lauro de Freitas (região metropolitana de Salvador) e Serrinha – citou o diretor geral da Sudesb, para depois repetir promessas feitas três anos atrás.

– Na capital, será entregue o Parque Aquático, com duas piscinas, uma olímpica e outra semi-olímpica. Em Salvador, na Vila Militar, na Cidade Baixa, já está sendo reformada a pista de atletismo, que será emborrachada.

Ao ser questionado se há uma estrutura adequada para o treinamento em alto nível na Bahia, Bobô citou a pista de atletismo do Sesi de Simões Filho e acrescentou:

– Para a natação, temos o Parque Aquático, que está sendo construído na Fundac, o Ginásio de Cajazeiras, que está em fase final de construção, o Centro de Excelência de Judô, que será construído, o estádio Roberto Santos, Pituaçu, e Arena Fonte Nova – respondeu, por e-mail, através da assessoria de imprensa da Sudesb. Vale lembrar que o edital de licitação para o Centro de Judô foi lançado somente na última quinta-feira.

O GLOBOESPORTE.COM esteve nos locais citados pelo diretor geral da Sudesb e verificou que as obras estão longe de uma conclusão. No que deveria ser o Parque Aquático da Fundac, apenas um terreno nivelado, demarcado com cal e algumas estacas de madeira. O vermelho do barro é o que dá o tom do local. Já no Ginásio de Cajazeiras, a estrutura está de pé. As arquibancadas já podem ser vistas, assim como a base para a cobertura do estádio. No entanto, as obras ainda se arrastam e estão longe de um fim.

Apesar da ausência de equipamentos para o esporte de alto nível baiano, Bobô citou a realização de eventos como o Mundial de Judô e o Brasileiro de Taekwondo no estado para demonstrar o apoio financeiro dado pelo governo às práticas esportivas.

O dirigente lembrou ainda que, de 2008 a 2012, “mais de 3000 pessoas, entre atletas e técnicos, já receberam doações de passagens para participarem de competições nacionais”. Para finalizar, Bobô – através de sua assessoria de imprensa – destacou que “desde janeiro de 2007, o Governo do Estado tem fortalecido o esporte na Bahia com a preocupação de implementar políticas públicas de esporte e lazer, apresentando resultados significativos no esporte de alto rendimento”.

O discurso parece bem ensaiado, mas vai de encontro ao que foi relatado pelos presidentes de federações entrevistados pelo GLOBOESPORTE.COM. No meio de promessas e projetos, fica a esperança de que o aniversário de 471 anos de Salvador, em 2020, possa ser comemorado com uma reportagem sobre os futuros medalhistas frutos da Boa Terra. Fonte: G1