Depois de 11 anos de operação do Complexo Industrial da Ford em Camaçari, o ex-governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT), contou – em entrevista ao Bahia Notícias – porque a multinacional americana não fechou com o estado. Olívio explica que o RS não perdeu a fábrica para a Bahia. A empresa simplesmente, não teria aceitado cumprir regras básicas. “O Rio Grande não perdeu a Ford. A Ford, para estar no Rio Grande, tinha que pagar os impostos que as pequenas e as médias empresas pagam”, disse.
O ex-governador considera “soberana” a decisão que tomou no processo de negociação com a Ford. “A troco de quê uma empresa desse porte, em nível internacional, retirava recursos públicos que o Estado mantinha para financiar micro, pequenas e médias empresas dos mais variados setores do estado? Ou retirar da saúde ou do funcionalismo público? Foi uma decisão soberana”, frisou.
Com muita segurança da escolha que fez sobre a indústria automobilística, Olívio não mediu esforços para ressaltar que a perda da Ford não interferiu no crescimento da economia do estado. “O Rio Grande não perdeu nada com a saída da Ford. Aliás, a economia cresceu acima da média nacional em todos os setores, inclusive, no PIB industrial do estado. Gerou-se mais emprego e o desenvolvimento do estado desconcentrou-se, descentralizou-se e espraiou-se nos espaços econômico, social e cultura do Rio Grande”.
A entrevista foi concedida ao Bahia Notícias durante a passagem de Olívio em Salvador. Ele está percorrendo as principais cidades do país para discutir propostas e programas políticos. Informações ainda pouco fundamentadas, dão conta de que o político veio a Salvador para discutir um possível apoio do PCdoB ao pré-candidato petista a prefeito de Salvador, Nelson Pelegrino. Porém, em troca, o PCdoB estaria exigindo o apoio do PT ao nome de Manuela D’Ávila, deputada federal e prefeiturável comunista em Porto Alegre.
Por Henrique da Mata