Depois de um longo trabalho de busca de documentos que duraram desde a manhã desta sexta-feira (11) na sede da empresa Ideia Digital, no bairro de Pernambués, em Salvador, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) finalmente deixaram o local com vários malotes contendo documentos e equipamentos. A operação denominada “Logoff” obedece a mandados de busca e apreensão de materiais que ajudem a investigar as denúncias de superfaturamento em contratos da prefeitura de João Pessoa, na Paraíba, para a implantação do projeto Jampa Digital, que disponibilizaria internet sem fio de graça para toda a população da cidade.
Todo o material apreendido será levado para a Superintendência da PF, no estado da Paraíba, onde será periciado. Os proprietários da empresa serão convocados para depor, mas ainda não existe uma data definida para que eles apresentem suas defesas.
A empresa foi denunciada pelo Fantástico em março, com gravações feitas com câmeras ocultas pela reportagem do programa, onde um representante da empresa aparece oferecendo propina a um suposto funcionário da prefeitura, que na verdade era um produtor do Fantástico. A empresa foi contratada pela prefeitura, em 2009, para implantar pontos de internet sem fio de graça, em João Pessoa.
O projeto Jampa Digital foi inaugurado há dois anos pelo então secretário municipal de Ciência e Tecnologia, Aguinaldo Velloso Borges Ribeiro (PP-PB), hoje ministro das Cidades do governo de Dilma Rousseff. Nas ruas da cidade, utilizar a internet sem fio do Jampa Digital é praticamente impossível. O mais estranho é que o valor total para a implantação do projeto (R$ 4,7 milhões) já haviam sido pagos pelo Ministério da Ciência e Tecnologia à prefeitura de João Pessoa. E nem sinal da internet.
Por Henrique da Mata