Depois de um ano de especulação, a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu dar um cargo ao ex-senador baiano César Borges no governo federal. De acordo com o deputado Maurício Trindade, o líder republicano deve ser nomeado, na próxima quarta-feira (16), vice-presidente de Governo do Banco do Brasil (BB), em substituição a Ricardo Oliveira.
Com a atitude, a presidente deverá conseguir acalmar o PR, aliado de peso que vem se rebelando contra o Planalto desde a queda do senador Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes, alvo de denúncias de corrupção.
A troca inicia ainda a dança das cadeiras deflagrada pelo Planalto em uma tentativa de também pôr fim à disputa de poder entre o comando do BB e a presidência da Previ, maior fundo de pensão da América Latina.
E no cenário local, a expectativa é a de que, por tabela, César Borges, que lidera o PR na Bahia, declare apoio do partido ao pré-candidato do PT à Prefeitura do Salvador, o deputado Nelson Pelegrino.
No rol das especulações, há quem diga que o governador Jaques Wagner (PT) abrirá espaço para republicanos em cargos considerados importantes na máquina estadual. Há quem aposte que o ex-presidente da Embasa e ex-superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), José Lúcio Machado, assuma a Conder, empresa mista que realiza diversas obras do governo do estado.
Além da Conder, segundo informações de bastidor, o PR também seria agraciado com a Secretaria Estadual de Assuntos para a Copa do Mundo 2014 (Secopa), que atualmente é comandada por Ney Campelo, da cota do PCdoB. Os governistas não andam muito satisfeitos com os aliados históricos pelo fato de eles não recuarem da candidatura da deputada Alice Portugal à Prefeitura, além de estarem diretamente ligados ao comando da greve dos professores.
Por outro lado, voltando ao PR, o deputado e pré-candidato Maurício Trindade acredita que o ingresso de César Borges no governo Dilma não significará a adesão imediata do PR ao governo baiano, tampouco a entrega de sua candidatura ao PT de Pelegrino.
"O convite a César Borges não envolve a questão local. O PR tinha duas pré-candidaturas, a de César e a minha. Vou conversar com ele, mas, agora, resta o meu nome para disputar a eleição municipal pelo PR. Acho muito difícil o PR compor com o governo do estado", avaliou Trindade.
Ele volta a ressaltar que há muito a presidente Dilma Rousseff queria dar um cargo importante ao ex-senador baiano. "César não é cota partidária, foi convite pessoal da presidente Dilma. Ela sempre quis levá-lo para o governo por reconhecimento à sua trajetória. César é um ótimo técnico e um dos senadores mais qualificados que o Congresso já teve".
Uma coisa é certa. A transição do PR do bloco da minoria para a base do governo Wagner na Assembleia Legislativa não deverá se dar com muita tranquilidade. Os deputados Elmar Nascimento e Sandro Régis nunca perderam a oportunidade de se expressar de forma contrária. Graça Pimenta e Reinaldo Braga, no entanto, têm discurso mais ameno.
Informações do Bhia 247