A população soteropolitana sentiu-se em um déjà vu nos últimos dias.
Assim como nos últimos anos, a cidade foi devastada pela chuva.
Ruas foram alagadas, casas desabaram, encostas vieram a baixo e os prejuízos já superam a casa dos milhões.
Nesta quinta-feira (15), após encaminhar o pedido de homologação da Situação de Emergência, o prefeito João Henrique concedeu uma entrevista coletiva na qual afirmou que o município não tem capacidade de enfrentar os problemas provocados pelos 356 milímetros de chuva que caíram na cidade nos últimos 15 dias.
Precisamos da ajuda dos governos federal e estadual, seja com a doação de materiais, recursos humanos ou financeiros, afirmou João Henrique.
A decretação da Situação de Emergência, segundo o prefeito, também reduz o processo burocrático exigido da administração municipal que pode agir de forma mais célere para restabelecer a situação de normalidade da cidade.
João Henrique também destacou durante a coletiva que todas as obras corretivas e preventivas, como encostas, escadarias drenantes e de macrodrenagem já concluídas, não apresentaram nenhum tipo de problema por conta das últimas chuvas.
Ele citou as obras de macrodrenagem da Avenida Oscar Pontes, no Comércio, o Canal da Aliança, em Praia Grande, no Subúrbio Ferroviário, e as obras do Parque da Cidade, onde 60% dos serviços estão prontos.
O prefeito informou ainda que solicitou ao Ministério da Integração Nacional um total de R$ 250 milhões para investimento em grandes obras de infraestrutura por toda a cidade.
Dos 150 canais existentes em Salvador, o prefeito destacou que 50 deles já estão totalmente limpos e, das 52 encostas, 80% delas foram concluídas e não apresentam problemas.
No Canal do Imbuí, onde as obras ainda não foram concluídas e ocorreram alagamentos, o prefeito explicou que o problema se deve ao represamento das águas provocado por algumas adutoras da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), impedindo o fluxo normal.
De acordo com o prefeito, a Embasa já foi comunicada do problema e deve realocar as adutoras de sua atual posição.
168 famílias desabrigadas De acordo com a Defesa Civil de Salvador, 181 famílias desalojadas pela chuva foram cadastradas e deve ser encaminhadas para a Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (Setad), afim de serem iniciados os procedimentos para o recebimento do auxílio emergencial.
Em geral, estas famílias moravam em uma das 540 áreas de riscos mapeadas na cidade, consideradas as mais vulneráveis em época de chuva.
Para conceder o auxílio emergencial aos desabrigados e desalojados da chuva, o prefeito baixou hoje o Decreto nº 20.
724, que possibilita a concessão do auxílio no valor de R$ 150 cada parcela, por até três meses, prorrogável por igual período.
Os desabrigados, segundo o subsecretário para Assuntos de Defesa Civil da Codesal, Osny Bonfim, estão sendo alojadas na Escola Municipal Iracy Fraga, em Águas Claras, que abriga 57 pessoas, e nas Casas do Trabalhador de Periperi e Saramandaia.
Segundo a secretaria interina da Setad Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão, Lisiane Guimarães, a Prefeitura também está providenciando a locação de dois imóveis um no Barbalho e outro em Nazaré, na Rua da Independência para abrigar os desalojados pela chuva.
Além destes espaços, a Prefeitura está concluindo a reforma da antiga sede da Limpurb, onde funciona a Guarda Municipal, no Retiro, para servir de abrigo.
Neste espaço, será possível acomodar pelo menos 250 pessoas.
O prefeito João Henrique destacou ainda que na área do antigo Barródromo, onde a Prefeitura construiu 415 casas por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida, para os desabrigados das chuvas do ano passado, ainda há 105 casas vazias, que podem ser ocupadas de forma emergencial.
O prefeito disse, ainda, que no local ainda há área livre para a construção de mais 200 casas.
O pedido de verbas para as novas construções já foi solicitado ao governo federal por meio do Ministério da Integração Nacional.
Presidente Lula libera R$150 milhões para a Bahia O presidente Luiz Inácio Lula da Silva liberou nesta quinta-feira, por meio de uma Medida Provisória, R$ 150 milhões para ações emergenciais de combate aos efeitos provocados pela chuva.
O dinheiro deve ser destinado a cidades em estado de emergência, como Lauro de Freitas, Santo Amaro da Purificação, Feira de Santana, Ilhéus e Gandu.