Aproximadamente 62 mil trabalhadores e servidores públicos baianos ainda não foram sacar o abono salarial, este ano.
O benefício, no valor de um salário mínimo (R$ 510), pode ser retirado até o dia 30 de junho.
Se isso não ocorrer, o dinheiro volta para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o trabalhador perde o benefício.
Na Bahia, cerca de 941 mil trabalhadores têm direito a receber o abono.
Destes, 715 são do PIS e 214 mil do Pasep.
Até a semana passada, 879 mil haviam sacado o benefício, representando um recorde de 93% de efetividade.
Segundo a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, os saques injetaram mais de R$ 402 milhões na economia do estado.
Mais de 62 mil trabalhadores (7%), contudo, ainda precisam pegar o dinheiro.
Desses, 50 mil são trabalhadores da iniciativa privada e apenas 12 mil do setor público.
O montante ainda não sacado chega a R$ 31,3 milhões.
Em todo o país, mais de 16,9 milhões têm direito ao abono salarial.
Desses, 15,5 milhões já sacaram o benefício e 1,4 milhão ainda não o fizeram.
Os recursos do abono vêm de duas fontes.
A principal delas, até pelo maior número de trabalhadores na iniciativa privada, vem das contribuições do Programa de Integração Social (PIS), pagas por empresas.
A segunda fonte vem do setor público, que conta como Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep).
DIREITOS
As duas contribuições foram criadas no início dos anos 1970, com o objetivo de financiar o seguro-desemprego e proporcionar um abono salarial a quem ganha até dois salários mínimos.
Este é justamente um dos pré-requisitos para ter direito ao benefício.
Além de ganhar até dois salários, o trabalhador precisa estar cadastrado no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos e deve ter trabalhado, com vínculo empregatício, ao menos 30 dias (não precisam ser consecutivos) no ano anterior ao pagamento do abono.
Além disso, o nome do trabalhador deve ter sido informado pela empresa ou órgão público ao MTE, por meio da Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Se no momento do saque o trabalhador constatar que seu nome não foi informado, deve pedir que o empregador faça uma Rais retificadora.
SAQUE
O trabalhador ou servidor público pode receber o benefício de várias maneiras.
Ele pode ir até uma agência da Caixa (no caso do PIS) ou do BB (Pasep), com os documentos necessários e no prazo correto, e pedir para receber o dinheiro.
Caso a empresa ou órgão público pague o salário do trabalhador no respectivo banco, ele pode receber direto na conta salário.
Segundo Maria Auxiliadora, gerente da Caixa, o trabalhador que tiver conta corrente no banco recebe o dinheiro automaticamente.
Segundo ela, muitos nem percebem que receberam e depois procurama Caixa para saber onde está o dinheiro.
Quem quer sacar na agência pode procurar qualquer unidade da Caixa (PIS) ou do BB (Pasep).
É necessário, porém, levar alguns documentos, como o comprovante de inscrição no programa (o trabalhador recebe o cartão do PIS logo após se cadastrar – o registro também é feito em qualquer agência da Caixa) e a carteira de identidade ou a carteira de trabalho.