A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai oferecer cerca de R$ 1 milhão para cada um dos 23 jogadores da seleção caso o time conquiste o título mundial, o sexto da história do País.
A premiação, embora expressiva, não causa grande impacto na situação da maioria dos atletas.
Com exceção de Gilberto, que joga no Cruzeiro, e Kleberson, do Flamengo, os outros vivem a realidade do futebol europeu, com salários altamente atrativos.
No caso do Brasil há ainda um fator a ser levado em conta: a maioria atua em clubes de grande expressão da Europa, sempre envolvidos em decisões de campeonatos nacionais ou de torneios da Uefa.
É o caso de Júlio César, Maicon e Lúcio, que embolsaram cada um a quantia de 600 mil euros (R$ 1,35 milhão) pelos três títulos conquistados pela Inter de Milão na temporada (Liga dos Campeões, Campeonato Italiano e Copa da Itália).
Para a CBF, o valor de R$ 1 milhão para cada um do elenco, independentemente de sua participação nos jogos da Copa, e também para Dunga, totalizando R$ 24 milhões sem contar a recompensa rateada aos demais integrantes da delegação, pelos quais o treinador vai brigar, acaba sendo algo irrisório perto do que a entidade vai lucrar com a conquista na África do Sul.
Já era para ter sido dessa forma na Alemanha.
Em 2006, quando o Brasil caiu diante da França nas quartas de final, o elenco de Carlos Alberto Parreira deixou de ganhar quantia parecida, mas levou para a casa prêmio de consolação de US$ 260 mil (R$ 468 mil).
Agora, a CBF resolveu repetir a estratégia e dobrar o valor para a equipe fazer dois jogos a mais e passar a limpo o rascunho de quatro anos atrás.
Dinheiro não é problema para a entidade.
Ainda mais em ano de Copa do Mundo.
Com seus dez patrocinadores, estima-se que a CBF contabilize arrecadação anual de R$ 220 milhões.
E a conquista de mais um título só tornaria a seleção, de Dunga ou de quem vier no próximo ciclo, ainda mais atraente aos olhos de seus anunciantes.
É negócio que rende.
Dunga participará da discussão envolvendo o prêmio pela campanha na África.
E não acredita que os jogadores criarão caso para aceitar a bolada nem que a CBF demore muito mais para bater o martelo no valor que já está definido.
“O que digo é que o combinado não é caro.
A linha é essa.
Todos nós já trabalhamos e temos nossos salários”.
Seu auxiliar, Jorginho, foi mais enfático.
“Eles, os jogadores, não vêm para cá por causa do dinheiro.
Começaremos a competição com isso já resolvido, passado pelo presidente”.