Nesta terça-feira (15/9), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou que mais 5 mil voluntários brasileiros participem da fase 3 do estudo clínico da vacina contra o novo coronavírus (Covid-19), que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.
Agora, o Brasil terá o total de 10 mil voluntários na última etapa de testes do imunizante contra o novo coronavírus.
De acordo com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), responsável pelos testes no território brasileiro, o recrutamento de voluntários e a aplicação da vacina acontecerão nas seguintes localidades: Natal (RN), através do Centro de Pesquisas Clínicas de Natal (CPCLIN); Porto Alegre (RS), pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); e em Santa Maria, também no RS, pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
A Unifesp informou que não haverá mais limite de idade dos voluntários, e os idosos acima de 70 anos terão prioridade em receber as doses da vacina. Também serão abertos três novos centros de aplicação dos testes no Brasil.
Os outros três centros já existentes (em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia) continuarão recebendo voluntários.
A partir da presente data esses três centros participantes já podem iniciar o processo de recrutamento dos novos voluntários. Como já acontece com os outros 5 mil já recrutados, todos receberão duas doses da vacina e serão acompanhados de perto pelos pesquisadores.
Voluntários
Segundo a Unifesp, será feito livre recrutamento, até que sejam alcançados os 5 mil novos selecionados, ou seja, não haverá uma divisão exata do número de participantes em cada um dos três estados que integram os testes (SP, RJ, BA).
Podem participar do estudo adultos acima de 18 anos que sejam: profissionais de saúde atuantes diretamente na linha de frente do combate à covid-19; e trabalhadores que desempenhem funções em ambientes com alto risco de exposição ao novo coronavírus, a exemplo de motoristas de ambulância, seguranças de hospitais e agentes de limpeza desses estabelecimentos.
“Incluímos nessa fase pessoas que sabidamente têm risco mais elevado de complicações da Covid-19 e, assim, o estudo pode refletir ainda mais a realidade. Isso, além de ampliarmos bastante o número de participantes, o que dará ainda mais robustez na análise de dados relacionados à segurança e eficácia da vacina”, ressaltou a professora Lily Weckx, coordenadora do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie/Unifesp), responsável por liderar o estudo da vacina de Oxford no Brasil.
No caso dos idosos acima de 70 anos, a líder dos estudos no Brasil ressaltou que “é importante que eles sejam testados porque, se a vacina sair, a gente certamente vai dar prioridade para os idosos. Eles vão ser o público-alvo da vacinação”.
Ainda de acordo com a pesquisadora, a previsão é de que, nos próximos dois ou três meses, todos os cinco mil novos participantes já devem ter tomado a vacina.